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É possível acelerar liberação de vacinas para COVID-19? Cientista da OMS diz que sim

Publicado 24 Jul 2020 – 03:58 PM EDT | Atualizado 24 Jul 2020 – 04:14 PM EDT
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Ainda que algumas possíveis vacinas para COVID-19 estejam demonstrando resultados promissores em testes preliminares, o processo de liberação delas uma vez que a eficácia e a segurança sejam confirmadas em laboratório é longo. As previsões mais otimistas apontam para uma possível liberação da vacina nos meados do primeiro semestre de 2020 – mas, Soumya Swaminathan, principal cientista da Organização Mundial da Saúde (OMS), acredita que a demora possa ser encurtada.

Última etapa para liberação das vacinas pode ser acelerada

Recentemente, notícias de que algumas das vacinas que estão em fases mais avançadas de teste se mostraram eficazes e seguras tomaram o mundo, mas isso não significa que elas estejam prestes a ser liberadas. Isso porque, mesmo após a terceira e última fase de testes ser concluída com sucesso (algo previsto para setembro ou outubro de 2020, no caso das mais avançadas), é preciso que órgãos reguladores internacionais analisem todos os dados antes de autorizar a liberação da vacina para uso.

Este, inclusive, é um dos grandes obstáculos a serem enfrentados, já que o processo de análise destes órgãos pode durar anos. “Entendendo sobre proteção e segurança, você ainda continuaria acompanhando estas pessoas que participaram dos testes com a vacina por um tempo, geralmente por dois anos ou até mais”, explicou Soumya em uma sessão de perguntas e respostas transmitida pela OMS no perfil oficial do órgão.

Ela acredita, no entanto, que devido à urgência da situação, é possível que, excepcionalmente, este processo seja acelerado. “Você poderia considerar um período de seis meses para dizer: ‘Isso é suficiente para seguir adiante’. É algo que os reguladores ao redor do mundo já estão discutindo, pensando sobre quais deveriam ser os critérios que habilitam um regulador a dizer: ‘Estou satisfeito, esta vacina protege as pessoas, é segura, podemos usar na população’”, esclareceu.

Atualmente, centenas de vacinas estão em testes para checar sua eficácia na proteção contra o novo coronavírus e, de acordo com a cientista, três ou quatro delas estão dando início à terceira fase de testes, que é a última e mais importante. É o caso, por exemplo, da vacina de Oxford (que recentemente se provou eficaz e segura) e da CoronaVac, composto chinês que será produzido no Brasil (ambas atualmente em testes no País).

Uma vez que esta fase esteja completa – algo que requer aplicar tanto a vacina quanto um placebo em larga escala e acompanhar os voluntários para checar se os grupos vacinados contra COVID-19 têm, no mínimo, 70% dos participantes devidamente imunizados –, o papel dos reguladores começa, e a cientista afirma que a própria OMS está envolvida em conversas para que o processo final seja acelerado,

“Nós temos um departamento regulador na OMS que está bastante envolvido nestas discussões sobre estabelecer estes critérios que habilitaria reguladores, a maioria deles, a concordar que esta vacina atende estes requisitos”, afirmou ela, esclarecendo que cada país depende do próprio órgão regulador, mas que ela acredita na grande possibilidade de eles trabalharem em concordância.

“Penso que, neste caso, devido à urgência, devido à pandemia, deve haver uma grande harmonização para que este processo avance rapidamente. Normalmente, estas coisas levam muito tempo, podem levar anos até que uma vacina seja desenvolvida, licenciada e usada nos países, então é bem importante que este passo seja condensado para que se poupe tempo sem comprometer os aspectos de segurança ou eficácia da vacina”, concluiu.

Saúde

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