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Teste rápido para COVID-19 é desencorajado por estudo devido a alto índice de erros

Publicado 6 Jul 2020 – 03:22 PM EDT | Atualizado 6 Jul 2020 – 03:22 PM EDT
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Um estudo publicado na revista científica BMJ, publicado no último dia 1º de julho, alerta sobre o uso de testes rápidos para diagnosticar COVID-19. Isso porque, de acordo com a publicação científica, o índice de resultados errados demonstrou ser alto.

Testes rápidos para COVID-19 são desencorajados em pesquisa

A partir de uma análise randomizada de 40 estudos sobre testes de COVID-19, a eficácia de três diferentes testes sorológicos foi observada.

Testes sorológicos são aqueles em que o material sanguíneo é analisado para verificar a existência de um anticorpo. Atualmente, para o diagnóstico de COVID-19, os testes sorológicos existentes são o Elisa, o de quimioluminescência (CLIAs) e o imunocromatografia (LFIAs). Os dois primeiros são realizados em laboratório a partir da coleta de sangue "tradicional", enquanto o último é o conhecido teste rápido para COVID-19, feito a partir de uma ou duas gotas de sangue retiradas da ponta do dedo.

O estudo, que reuniu uma análise de 29.842 testes realizados tanto em pacientes com COVID-19 quanto em pessoas sem a doença, mostrou que os testes rápidos são o tipo de exame com mais chance de apresentarem resultado falso negativo - ou seja, apontar que o paciente não foi infectado quando, na verdade, foi.

Segundo o estudo, 34% dos pacientes com COVID-19 que realizaram o teste rápido obtiveram um resultado falso negativo. Em contrapartida, os testes Elisa e de quimioluminescência apresentaram um índice de falso negativo de 16% e 2%, respectivamente.

Em pacientes que não tinham COVID-19, as taxas de falso positivo foram muito parecidas entres os três testes. Ainda assim, o teste rápido foi o que apresentou uma chance maior de erro: 3%. Os testes Elisa e de quimioluminescência tiveram índice de 2% de erro.

Em sua conclusão, os autores do estudo apontaram as chances de erros, heterogeneidade e generalização limitada aos testes sorológicos. Eles também destacaram que o teste do tipo LFIAs, o teste rápido, é menos sensível se comparado ao Elisa e CLIA.

Os resultados demostrados pelos testes rápidos, de acordo com o estudo, indicam fraquezas importantes do exame e os autores não encorajam sua realização como método de diagnóstico para a COVID-19.

"A baixa sensibilidade da LFIA é de preocupação particular, já que a maioria dos estudos utilizou amostras de etapas de preparação que provavelmente aumentam a sensibilidade se comparadas com o uso de sangue total como seria feito no laboratório. Essas observações argumentam contra o uso de testes sorológicos da LFIA para a COVID-19."

O estudo também salienta a necessidade de mais pesquisas como a realizada para que seja encontrada a melhor forma de análise clínica e laboratorial do sistema de saúde em relação à COVID-19.

"Atualmente, as evidências disponíveis não sustentam o uso continuado dos testes rápidos sorológicos existentes."

Vale salientar que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não recomenda o uso de testes rápidos para diagnóstico da COVID-19. "Testes rápidos (IgM/IgG) podem auxiliar o mapeamento da população 'imunizada' (que já teve o vírus ou foi exposta a ele), mas NÃO têm função de diagnóstico", salienta o órgão brasileiro.

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