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70% das mulheres sentem que não foram informadas o suficiente sobre contracepção

Publicado 30 Set 2019 – 05:01 PM EDT | Atualizado 30 Set 2019 – 05:01 PM EDT
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Apesar de muita gente crer que todos têm informações suficientes para prevenir uma gravidez indesejada, essa questão ainda é um problema tanto em âmbito mundial quanto nacional, já que o número de gestações não planejadas ainda é bem alto e, de acordo com um novo estudo, 70% das brasileiras sentem que não têm todas as informações que gostariam sobre contracepção e considerariam adotar outro método anticoncepcional se houvesse mais instrução nesse sentido.

Evitar gravidez: mulheres querem mais informação

O estudo em questão foi realizado pela farmacêutica Bayer com o apoio da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e mostrou que poucas mulheres querem engravidar em um futuro próximo. Na pesquisa, 19% delas disseram não pensar em gravidez para os próximos cinco anos, enquanto 37% não planejam ter filhos em nenhum momento.

Ainda que boa parte não tenha o desejo de ser mãe e de 3 a cada 10 mulheres usarem pílulas anticoncepcionais combinadas, outro estudo realizado com 24 mil mulheres pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca em parceria com a Fiocruz e divulgado em 2016 mostra que 55% das gestações no País não são planejadas - e um dos motivos disso é a falta de informação.

Além de 10% das entrevistadas pela pesquisa da Bayer não usarem nenhum método contraceptivo, a maior parte delas opta pela pílula anticoncepcional e pela camisinha - que, por dependerem de certa disciplina, oferecem um risco maior de falha durante o uso a longo prazo. Paralelamente, algumas sabem que há mais formas de contracepção, mas não se sentem informadas sobre elas.

Em um evento organizado pela farmacêutica em São Paulo, Ilza Monteiro, ginecologista e uma das autoras do estudo, revelou que 70% das mulheres expressaram falta de informação sobre contraceptivos de longo prazo, conhecidos pela sigla LARC. Segundo afirmaram no estudo, elas cogitariam adotá-los se seus médicos falassem mais sobre o assunto - algo que é positivo pela maior eficácia deles, mas, antes, é preciso melhorar a comunicação no consultório.

No estudo, foi notado, por exemplo, que as mulheres estão usando a pílula do dia seguinte com mais frequência do que os médicos imaginam, além de entenderem menos sobre métodos contraceptivos do que eles pensam, e tudo isso pode, segundo Ilza, fazer com que os especialistas deixem de dar certas informações por achar que a paciente já está instruída sobre elas.

Para Ilza, em primeiro lugar, o médico precisa entender não só o histórico ginecológico da paciente, mas também os hábitos dela, suas necessidades e planos a curto e longo prazo. “Quantas vezes vocês foram ao ginecologista e ele perguntou se você estava satisfeita [com o método contraceptivo]?”, disse ela, afirmando que isso é algo que deve ocorrer mais durante as consultas.

Além disso, a médica também aconselhou que mulheres busquem informações sobre outros métodos contraceptivos - como o DIU hormonal, o de cobre, implantes, etc. - antes da consulta, para que possam questionar o médico a respeito deles caso não sejam oferecidos, enfatizando que, no fim, a escolha é da mulher e ela precisa se sentir confortável com a técnica escolhida.

Contracepção e saúde íntima feminina

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