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Ela não acreditava em vacinas e agora seu filho tem paralisia facial: confira o relato viral

Publicado 1 Mar 2019 – 04:59 PM EST | Atualizado 1 Mar 2019 – 04:59 PM EST
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A vacinação é um direito e uma obrigação que tem o objetivo de prevenir e cuidar de todos. Ainda assim, cada vez aparecem mais grupos e movimentos organizados que são antivacina e preocupam a comunidade médica, já que colocam em risco a população do mundo todo. Por esse motivo, uma mulher escreveu um desabafo que, de tão impactante, acabou viralizando nas redes sociais.

Ela não vacinou seu filho e a história viralizou

Uma mulher venezuelana que não acreditava em vacinas contou como a decisão de não vacinar seu filho caçula é algo de que ela vai se arrepender pelo resto da vida. Ela fez isso usando a ferramenta de “threads” no Twitter, com a intenção de que sua história chegue a outras pessoas que possam estar em dúvida sobre vacinar ou não seus filhos.

"Vou fazer uma thread (pessoal, mil desculpas) sobre como a minha decisão de não vacinar meu filho contra a catapora nos afetou para sempre”, escreveu ela através de seu perfil na rede social, a @PreguntaMama.

Em seguida, ela começou a explicar que tanto ela como seu esposo acreditavam que a catapora era uma algo comum com que não deviam se preocupar e, além disso, eles também pensavam que nem todas as vacinas eram obrigatórias. “Assim decidimos não vacinar nossos pequenos contra essa doença em particular. Consultamos nosso pediatra e ele nos confirmou que era uma decisão pessoal. Que de qualquer forma não havia muito risco”, disse.

Conforme contou a mãe, quando sua filha mais velha contraiu catapora, quiseram que seu outro filho, de dois anos e meio, também pegasse, já que, segundo outros pais, quanto mais nova é a criança quando contrai a doença, menores são as consequências. “Assim que a doença começou na maior, esperávamos que o pequeno também pegasse para sair dessa”, afirmou.

O que aconteceu quando o nenê pegou catapora

“Diferente da minha filha mais velha, o pequeno ficou muito mais afetado. Tinha erupções por todos os lados. Muito mal-estar e choro constante. Acreditávamos que o pior havia passado, foram dias terríveis, mas a parte realmente terrível ainda estava para chegar”, detalhou a mãe.

“Duas semanas depois, meu filho começa a chorar, sentir-se desconfortável, a querer ficar no colo. Noto, ao amamentá-lo, que ele não consegue colocar direito a boca no peito. Estava com metade do rosto ‘caído’. Meu pequeno de dois anos tinha paralisia facial em metade do rosto. Tomada pelo terror, tentei ligar para o pediatra e mal podia segurar o telefone. Pedi a um vizinho que nos levasse ao hospital, porque estava impossibilitada de dirigir tremendo daquela maneira”, explicou.

O diagnóstico

Após ser atendido por médicos, o menino foi diagnosticado com a síndrome de Ramsay Hunt (ou herpes zoster auricular), condição a qual as pessoas ficam suscetíveis após passarem por uma catapora. Ela se manifesta com uma erupção de herpes, que afeta o nervo da face próximo a um dos ouvidos, gerando dor e podendo resultar em paralisia facial permanente, perda de audição, danos à visão e neuralgia pós-herpética.

Conforme explica a mulher, seu filho sofreu várias das implicações da síndrome: “Ele precisou de medicamentos virais do tipo aciclovir, terapia muscular, fonoaudiologia e muito carinho para superar esse desafio. Passou por momentos de muita dor, custou muito a falar direito (mas ainda tem problemas com isso), tem uma surdez leve... Também sofre de vertigem, tontura quando fazemos atividades simples, como ir ao parque, passear de carro ou quando caminha grandes distâncias. Tem um olhinho caído porque foi impossível recuperar a mobilidade total da pálpebra”.

“Hoje, estamos comemorando seu sexto aniversário. Damos graças a Deus de ter um filho perseverante e lutador. Nos arrependemos sempre da nossa decisão de não vaciná-lo contra a catapora e sempre que pudermos, contaremos a outros pais”, finalizou.

A vacina contra a catapora reduz enormemente a possibilidade de as crianças se infectarem com o vírus.

Vacinas e "antivacinas": a opinião de uma profissional

A pediatra María Varas, chefe do Departamento Materno Infanto Juvenil do Hospital Álvares (Buenos Aires, Argentina), explicou ao VIX o que são as vacinas, por que elas são obrigatórias, por que há grupos antivacina e quais são os riscos que a população corre quando alguém toma a decisão de não vacinar um menor.

A importância das vacinas

“As vacinas são recursos biológicos que, aplicadas em pessoas saudáveis, geram no organismo uma resposta imunológica com a produção de anticorpos de defesa contra determinados agentes infecciosos. Desta maneira, quando a pessoa entra em contato com algum desses vírus ou bactérias, os anticorpos agem, barrando a doença ou atenuando sua gravidade”, explica Varas.

Além disso, a especialista detalha que as vacinas têm um efeito chamado “rebanho”, que faz com que a pessoa imunizada proteja outros ao não ficar doente e, por isso, não contagiar a ninguém. Dessa forma, quanto maior a cobertura das vacinas, maior será a proteção de toda a população como um todo.

Para Varas, dois avanços tiveram um grande impacto na saúde pública: um é o acesso ao consumo de água potável, e o outro é o advento das vacinas, que permitem imunizar a população contra poliomielite, difteria, tétano, coqueluche, sarampo, rubéola, caxumba, catapora, vírus e bactérias que causam diarreia, pneumonia, meningite, etc. Muitas destas doenças são capazes de causar a morte ou deixar graves sequelas.

O que acontece se não nos vacinamos?

As crises de confiança nas vacinas gerada por grupos que são contra o processo ou por eventos atribuídos a elas influenciaram diretamente o aumento da incidência de doenças das quais é possível se prevenir.

“No Japão, deixaram de aplicar obrigatoriamente a vacina contra coqueluche (tosse comprida) em 1974. Em 5 anos, a cobertura da população contra a doença passou de 80% a 10%, os casos anuais passaram de 393 para 13 mil e as mortes por coqueluche passaram de praticamente nulas a 41 casos anuais. Hoje, o surto de sarampo na Europa é motivo de preocupação para as autoridades sanitárias de todo o mundo, e a causa é a diminuição da cobertura de vacinas contra sarampo na população”, explica Varas.

A profissional adiciona também que a maior parte das doenças infecciosas são transmitidas de pessoa para pessoa. “O grande fluxo de indivíduos que viajam para partes diferentes do mundo atualmente facilita que as infecções sejam levadas de uma região para outra. Quanto mais pessoas sem imunidade gerada pelas vacinas houver, mais fácil será essa transmissão”, afirma.

O que são os grupos “antivacina”

Varas conta que a moda “antivacina” começou nos anos 1990 sem fundamentos científicos sustentáveis, trazendo, de maneira irresponsável, consequências preocupantes para a saúde das crianças e de toda a população. Estes grupos, segundo a profissional, se baseiam em princípios filosóficos e religiosos, e é muito difícil convencê-los com fundamentos científicos.

"No entanto, a maioria dos pais que não vacinam seus filhos o fazem por medo de efeitos adversos, muitas vezes infundados e promovidos por esses grupos, para evitar intervenções farmacológicas ou porque estão erroneamente informados de que certas doenças estão praticamente erradicadas", explica.

Vacinas podem gerar efeitos adversos?

Varas diz que não, pois isso não foi provado por nenhuma investigação séria. Pelo contrário, as vacinas atualmente disponíveis e aprovadas para uso em humanos atendem aos requisitos de eficácia e segurança.

Além disso, a especialista explica que as intervenções terapêuticas necessárias para tentar reverter as doenças que poderiam ter sido prevenidas com vacinas são mais invasivas que uma vacina.

"Nenhuma doença para a qual a vacinação é atualmente obrigatória e gratuita pode ser considerada erradicada. Isso tem sido demonstrado, infelizmente, com o reaparecimento de doenças em países onde a aplicação de vacinas foi reduzida”, considera Varas.

Por fim, a médica enfatiza a importância de que a população seja informada sobre a necessidade e conveniência da vacinação e os argumentos falaciosos em relação aos supostos efeitos negativos. "Os efeitos adversos de certas vacinas são ocasionais e na grande maioria resolvem-se espontaneamente ou com ações mínimas."

Vacinar ou não vacinar uma criança não é uma decisão pessoal, é uma responsabilidade civil.

Vacinas: tire mais dúvidas

Original Author: Lucía Vernetti Original Author URL: https://www.vix.com/es/users/lucia-vernetti
Original ID value: 214235
Original Site: es
Original URL: https://www.vix.com/es/salud/214235/no-creia-en-las-vacunas-y-ahora-su-hijo-tiene-paralisis-facial-el-relato-que-se-hizo-viral

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