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Herpes zóster tem cura? Doença grave pouco conhecida atinge uma em cada 3 pessoas

Publicado 28 Mar 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Se herpes zóster parece um nome estranho, seu nome popular, cobreiro, você provavelmente já ouviu falar. Trata-se de uma doença que é na maioria das vezes cutânea e, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças - um órgão do departamento de saúde norte-americano - atinge uma em cada três pessoas durante a vida. 

Apesar de na maioria das vezes não causar grandes problemas, complicações graves e fatais podem acontecer, mas é fácil preveni-las: já existe até vacina contra essa doença comum, mas que ainda é muito pouco conhecida.

O que é herpes zóster

Herpes zóster é uma doença infecciosa que ocorre quando o vírus varicela-zoster, causador da catapora, é reativado no organismo. A doença só se manifesta, portanto, em pessoas que mantiveram o vírus no organismo depois de ter catapora (doença também conhecida como varicela).

Sua principal característica é a presença de bolhas cheias de líquido, denominadas vesículas, na pele. Podem ser acometidas diversas partes do corpo, como tronco, face, pernas, virilha e axilas. Sua manifestação sempre é unilateral, atingindo apenas uma faixa de um dos lados do corpo.

Causas da doença

O herpes zóster aparece quando o vírus armazenado nos gânglios nervosos volta a se manifestar por causa de alguma baixa da imunidade.

Essa reativação já não causa mais o quadro de varicela, mas sim de herpes zóster.

Fatores de risco

A grande desencadeadora da doença é a imunidade baixa, que pode ser motivada por diversos fatores imunossupressores como:

  • Diabetes
  • AIDS
  • Estresse
  • Câncer
  • Uso de medicamentos que reduzem a imunidade, como quimioterápicos e outros voltados aos pacientes transplantados

Além disso, com o avançar da idade, também se torna mais frequente a incidência da doença, visto que a imunidade vai ficando mais comprometida. De acordo com a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Rossana Vasconcelos, a partir dos 50 anos o risco de desenvolvimento passa a ser de 20%. Depois dos 85 ele cresce para 50%.

Sintomas de herpes zóster

Os sintomas iniciais de cobreiro são:

  • Dor, que pode ser bastante intensa
  • Sensação de formigamento
  • Coceira
  • Vermelhidão da pele

Do terceiro ao quinto dia surgem as vesícula, que geralmente são doloridas. “Essas lesões podem evoluir com crosta e causar necrose. Quando cicatrizam, às vezes deixam a parte da pele que tinha bolhas com hipercromia, que é uma coloração mais escura”, explica Rossana Vasconcelos.   A evolução normal da doença acontece em média entre sete a dez dias.

Diagnóstico

O quadro é identificado por meio de um exame clínico, que avalia os sintomas e as lesões. O especialista que pode realizar o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado é o dermatologista.

Complicações do herpes zóster

Neuralgia pós-herpética

Essa, que é a complicação mais comum do herpes zóster, ocorre devido ao acometimento neural causado pelo vírus.

Segundo Rossana, de 10 a 15% dos pacientes apresentam o problema, que é caracterizado pela persistência da dor mesmo após as lesões na pele sumirem.  Esse quadro pode durar meses, gerando redução de peso e depressão como consequências.

Herpes zóster auricular

A presença de vesículas na região do ouvido deve ser investigada pois há uma síndrome, chamada Ramsay-hunt, que agrega esse sintoma junto à paralisia de uma parte da face. Assim, apenas um médico saberá diagnosticar o quadro corretamente.

Nestes casos, o mais indicado é recorrer a um otorrinolaringologista.

Encefalite e mielite transversa

Pacientes com deficiência imunológica maior podem apresentar encefalite, que é a inflamação do cérebro, ou mielite transversa, caracterizada pela inflamação dos componentes branco e cinzento da medula.

Se não tratadas corretamente por um neurologista, ambas as doenças podem ser fatais.

Herpes zóster ocular

Se acometer regiões próximas aos olhos, como testa, bochecha e nariz, o herpes pode evoluir para quadros graves de inflamação na córnea e uveíte, que é a inflamação da parte dos olhos composta pela íris.

Em quadros mais graves, pode haver cegueira em decorrência desta complicação. Portanto, no caso de herpes ocular, o mais indicado é recorrer a um oftalmologista com urgência. 

Transmissão da doença

Quem não teve catapora pega herpes zóster?

A doença só acontece em pessoas que já tiveram catapora. Contudo, o vírus da herpes zóster pode ser contraído por meio do contato com lesões de pele de uma pessoa infectada. Nestes casos ela não terá a zóster no primeiro momento, mas sim a catapora. Depois disso, o paciente pode ter herpes no futuro.

Herpes zóster pega em quem já teve catapora?

A doença pode ocorrer com todas as pessoas que já tiveram catapora. Todavia, o aparecimento do herpes zóster nestes casos não ocorre devido ao contato com pacientes infectados, e sim à reativação do vírus já existente no organismo.

Assim, quem já apresentou varicela pode ter contato com doentes infectados pela herpes zóster. 

Herpes zóster pode matar?

A doença em si não é fatal, mas suas complicações incluem risco de morte. Entre as principais, está a neuralgia pós-herpética, que é especialmente perigosa para idosos, pois causa perda de peso e depressão.

Herpes zóster tem cura?

Geralmente, a lesão cutânea regride mesmo sem tratamento de sete a dez dias. Todavia, não tratar o quadro clínico aumenta a chance de complicações. Além disso, os cuidados médicos podem acelerar a cura.

Tratamento de herpes zóster

Apenas um médico saberá diagnosticar e tratar o herpes zóster corretamente.

Indivíduos com quadros graves de imunidade baixa podem necessitar usar antivirais aplicados diretamente nos vasos. No entanto, na maioria das vezes o tratamento costuma ser oral. Também pode haver associação de medicamentos tópicos.

Os remédios mais comuns para tratar o quadro são:

Aciclovir

Esse é um dos tratamentos mais comuns para herpes zóster. É um medicamento antiviral que pode ser usado como pomada ou comprimido.

Fanciclovir

Com uso oral, esse medicamento afeta diretamente as células contagiadas pelo vírus do herpes, inibindo a multiplicação do vírus.

Valaciclovir

Os comprimidos de valaciclovir são usados para prevenir e tratar alguns vírus do herpes, incluindo o zóster. Ele bloqueia a enzima que possibilita a reprodução do vírus.

Corticoides

Alguns profissionais também receitam alguns tipos de corticoides, que são anti-inflamatórios derivados de hormônios produzidos pelas glândulas suprarrenais, para aliviar os sintomas.

Tratamento das complicações

As complicações da doença podem ser cuidadas por meio de analgésicos, anti-inflamatórios, anticonvulsivos e antidepressivos, a depender do caso apresentado por cada paciente.

Tratamento caseiro

A dermatologista Rossana Vasconcelos explica que nada substitui a avaliação e tratamento médico, visto que a doença pode progredir para quadros graves se não for tratada clinicamente.

Herpes zóster pode voltar?

“A taxa de recidiva de herpes zóster é muito baixa, mas a reincidência pode acontecer em casos raros”, explica a dermatologista Rossana Vasconcelos.

Vacina contra herpes zóster: única forma de prevenção

Indicação

Não há como evitar a doença a não ser tomando sua vacina. Ela é indicada principalmente para pessoas acima de 50 anos que nunca manifestaram herpes zóster, mas tiveram catapora. Apesar disso, sua eficácia é maior em indivíduos com idade entre 50 e 70 anos.

Quem já teve esse tipo de lesão cutânea também pode tomar a vacina, a fim de evitar recidivas.

No SUS

A imunização não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Na rede particular é possível encontrar a vacina de dose única, cujo valor é de aproximadamente R$ 500 reais*.

“A vacina não exclui completamente a possibilidade de ter a doença, mas faz com que ela apareça de uma forma branda e sem risco grande para complicações”, ressalta Rossana.

Contraindicação

O composto não deve ser aplicado em gestantes e pacientes com imunidade baixa, já que é feito de vírus vivo e atenuado, o que pode provocar a doença em pessoas sensibilizadas por essas condições.

*Valor checado em março de 2017.

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