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Goleiro que ficou tetraplégico volta a mexer a mão: como? Vídeos mostram evolução

Publicado 15 Jan 2018 – 01:56 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 04:57 PM EDT
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O ex-goleiro do São Paulo, Bruno Landgraf, que ficou tetraplégico em 2006 devido a um acidente de carro, recuperou o movimento completo de uma de suas mãos por meio de uma cirurgia transformadora, mas ainda pouco conhecida.

Acidente de Bruno Landgraf

O ex-goleiro do São Paulo teve sua vida virada de cabeça para baixo ao sofrer um acidente de carro na rodovia paulista Régis Bittencourt, o qual resultou em lesões em duas vértebras da parte superior da coluna.

O atleta tinha uma carreira promissora no clube paulista e era cotado como o sucessor de Rogério Ceni.

As lesões do rapaz eram tão graves que o impediram de falar e comer sozinho pelos primeiros meses, mas a reabilitação o auxiliou a recuperar parte dos movimentos, como os dos braços.

Apesar da dificuldade, Bruno não abandonou o esporte: em 2009, ele iniciou carreira no iatismo e, desde então, participou de diversos eventos voltados à atletas com deficiência, como as Paralimpíadas de 2012 e 2016.

O velejador também começou a estudar Direito e realiza palestras a respeito de sua história de superação.

Cirurgia na mão recuperou movimento

Apesar das conquistas, Bruno não havia recuperado ainda a força nas mãos, o que dificultava ações simples como fazer a barba, ligar o carro, escovar os dentes, se vestir ou comer sozinho. 

A fim de promover sua independência, passou por uma cirurgia de reposicionamento dos tendões e dos nervos no Hospital das Clínicas de São Paulo.

Em entrevista ao VIX, o ortopedista responsável pelo procedimento em Bruno, Emygdio de Paula, disse que a técnica não é nova, mas, apesar de ser oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ainda é pouco conhecida.

"A cirurgia não tem um nome específico e baseia-se na transferência de musculaturas funcionais para a mão. Com isso, o paciente consegue abrir e fechá-la por meio de movimentos combinados", explica.

Independência após cirurgia

Os resultados do procedimento foram notados logo no primeiro mês, com melhora da força no movimento de pinça dos dedos.

Quase quatro meses depois, Bruno já consegue realizar ações que antes tinha dificuldade, como segurar uma jarra, escovar os dentes e escrever. 

"A maioria das coisas que eu não conseguia, já consigo bem mais fácil", disse o atleta em entrevista ao Fantástico.

Cirurgia para recuperar movimento das mãos: quem pode fazer?

Segundo o ortopedista André Pires, do Hospital 9 de Julho, o procedimento é voltado a pacientes com lesões na coluna cervical ou cérebro que não anularam todos os movimentos, como tetraplegia incompleta, paralisia cerebral e Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Ainda assim, é preciso avaliar o perfil e condições fisiológicas de cada pessoa a fim de determinar se o procedimento pode surtir benefício. "Não é uma receita de bolo. Depende do tipo de lesão, dos músculos que ainda funcionam, etc", destaca Pires.

Transplante proveniente do antebraço

Normalmente, a técnica transfere a musculatura ativa do antebraço para a mão, mas há casos raros em que o transplante pode partir de outras regiões. 

Após o procedimento, é necessário seguir um protocolo de sessões de reabilitação para recondicionar o membro para a nova função.

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