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Superação: atleta venceu série de lesões graves e fez bico de pedreiro para bancar ida à Rio 2016

Publicado 12 Ago 2016 – 08:00 PM EDT | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:30 AM EDT
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Chegar a competir em uma Olimpíada é o sonho de muitos atletas, mas chegar até lá, sem dúvidas, não é fácil, exige esforço, dedicação e muito comprometimento com os treinos. Contudo, ter tudo isso não significa que o sonho vai se tornar realidade. Kieran Behan é um exemplo de atleta que precisou de muito mais do que tudo isso para chegar a uma Olimpíada e sua história de superação é inspiradora.

O ginasta irlandês de 27 anos não chegou ao pódio em nenhuma das provas das quais participou durante a Rio 2016, mas quem conhece sua trajetória sabe que o fato de ele ter conseguido competir nos jogos já foi, por si só, uma tremenda vitória. O atleta africano Eric Moussambani vivenciou algo parecido ao participar das Olimpíadas de Sidney em 2000. Sem a expectativa de ganhar, Moussambani se tornou um herói olímpico por causa da sua garra e a vontade de superar os seus limites.

Behan precisou enfrentar dificuldades financeiras, lesões graves e até um tumor. E ter chegado à Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro não significou fim das preocupações. Logo no início de sua participação no solo ele machucou o joelho esquerdo, que ele já havia lesionado em 2010. Esta infelizmente não foi a primeira lesão.

Dificuldades financeiras

A falta de dinheiro e de patrocínio impediram que o ginasta se dedicasse exclusivamente à modalidade olímpica. Por isso, precisou trabalhar dando aulas de ginástica e até mesmo como pedreiro com o seu pai para arrecadar dinheiro e bancar sua vinda à Olimpíada. Os atletas olímpicos geralmente se dedicam integralmente aos treinos, respeitando o tempo de repouso necessário para não sobrecarregar o corpo.

"O corpo doía, mas eu precisava continuar acreditando. Era a única maneira de seguir na ginástica e de realizar o sonho de chegar novamente a uma Olimpíada. Fui ao inferno e voltei", falou à BBC Brasil na Zona Internacional da Vila dos Atletas.

Histórico de lesões

Aos 11 anos de idade, Behan precisou se submeter a uma cirurgia para retirar um tumor benigno da perna e por causa disso teve complicações neurológicas e ficou um ano sem andar.

Três anos depois, um acidente durante um treino mais uma vez causou consequências graves. O ginasta bateu a cabeça ao cair das barras paralelas e o diagnóstico na época foi assustador: ele provavelmente nunca mais andaria. Entretanto, ele superou seus limites e, em 2012, tornou-se o segundo ginasta na história a representar a Irlanda em uma Olimpíada.

Apesar de todo o seu esforço, caiu duas vezes durante sua apresentação no solo em Londres e conseguiu apenas a 53ª colocação na competição. Mesmo assim, não pensou em desistir, disse que iria tentar competir no Rio e cumpriu a promessa. "Queria provar que ainda tinha condições de ser atleta", afirmou o irlandês.

Rio 2016

O desejo de Behan não era o ouro, era apenas o de conseguir concluir sua participação sem queda.

"Tudo o que queria era a chance de cumprir minha rotina de solo sem queda. Passei por muita coisa na vida que me fez pensar se não valia simplesmente ter ido fazer outra coisa. Mas não teria me perdoado se não tivesse tentado", falou sobre suas expectativas.

Infelizmente, ele lesionou novamente o joelho, saiu da prova usando muletas, mas conseguiu a 38ª colocação individual geral no Rio, ou seja, uma colocação bem melhor que a anterior. Behan não foi o único a se lesionar até agora nos Jogos Olímpicos, momentos angustiantes também já foram vivenciados por outros atletas.

"Aprendi a não me desesperar com as más notícias. Você sempre encontra algo de positivo em qualquer situação", comentou, esperançoso como sempre. 

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