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Condição que apareceu nos dois bebês de Andressa Suita se trata com cirurgia: o que é?

Publicado 7 Ago 2018 – 02:24 PM EDT | Atualizado 7 Ago 2018 – 02:24 PM EDT
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Ao fazer um relato materno inspirador em seu perfil no Instagram, Andressa Suita revelou que seus dois filhos passaram por uma cirurgia quando ainda eram bem pequenos.

Tanto Gabriel, hoje com um aninho, quanto Samuel, recém-nascido, operaram o frênulo lingual, também conhecido como "freio da língua". Apesar de não ser grave, esta condição que limita os movimentos da língua pode afetar a saúde do bebê e até mesmo prejudicar a amamentação.

Em entrevista ao VIX, Dra. Irene Marchesan, fonoaudióloga do CEFAC Clínica de Fonoaudiologia, explicou por que isso acontece e esclareceu algumas dúvidas quanto à cirurgia para a correção deste problema. Veja:

Anquiloglossia: o que é?

De acordo com a especialista, o frênulo é uma membrana mucosa presente em todo ser humano que une a língua ao assoalho da boca.

A anquiloglossia é uma pequena má-formação desta membrana que ocorre por razões genéticas, ainda desconhecidas, durante a gestação: o frênulo se instala após a metade da parte inferior da língua, podendo chegar até a ponta da língua nos casos mais críticos, limitando os seus movimentos.

Por que a língua presa afeta a amamentação?

Ainda segundo a especialista, a língua tem várias funções que podem ser limitadas pelo frênulo dependendo da localização em que ele se fixou, dentre elas a fala, a mastigação, a limpeza da boca e, principalmente, a amamentação.

“O frênulo não faz nem mal, nem bem, ele limita a movimentação da língua. A língua tem que se mover para pegar o peito da mãe, para levar a comida para a direita e para a esquerda quando você está mastigando, para engolir, para você falar”, diz Irene.

Quando o bebê possui a linguinha presa, no momento da primeira sucção quando vai mamar, ele firma a língua na mama e a mesma escapa da sua boca. Nestas tentativas de tirar o leite, os pequenos também podem provocar fissuras nos seios das mães.

Diagnóstico de língua presa

De acordo com a fonoaudióloga, sabe-se que há um número maior de homens com essa má-formação do que de mulheres, mas como os métodos de avaliação desta condição ainda não são universais, a estimativa de pessoas que possuem a língua presa é muito variável, de 3% a 25%.

No Brasil, a metodologia para saber se o frênulo é normal ou alterado é basicamente uma avaliação clínica guiada por um protocolo que auxilia no diagnóstico dos bebês.

Conhecido como teste da linguinha, nele os médicos analisam alguns pontos como a postura dos lábios do bebê em repouso, o posicionamento do freio da língua durante o choro, entre outros.

“Há diferentes testes no mundo, mas o teste da linguinha, especificamente para diagnosticar o bebê desde o início, foi feito aqui no Brasil. A importância deste teste é enorme, é um teste simples que deve ser feito ainda na maternidade, assim que o bebê nasce, e ele é superfácil de fazer”, aponta a especialista.

Já quando trata-se de um diagnóstico tardio, dificuldades para mamar, comer de boca aberta, falar com a boca mais fechada e dor no músculo da mandíbula podem ser sinais de frênulo alterado.

Cirurgia de frênulo lingual em bebês

A única forma de corrigir o frênulo alterado é através de uma cirurgia que faz um corte na membrana, liberando os movimentos da língua. O procedimento simples leva menos de um minuto, dispensa anestesia e é uma prática antiga.

“Antigamente as parteiras cortavam o frênulo com a unha, porque é uma membrana mucosa, e não um músculo”, afirma Irene. A especialista diz ainda que a cirurgia deve ser feita assim que for detectada sua necessidade após o teste da linguinha, instantes após o nascimento do bebê, pois desta forma ele não terá dificuldades para pegar o seio da mãe desde sua primeira mamada.

“Se sangrar uma gota ou duas, o leite materno resolve isso em um minuto. O leite materno é cicatrizante. Não tem nenhum risco para o bebê”, aponta.

Nos casos de diagnóstico tardio as cirurgias geralmente são feitas por especialistas que têm afinidade com a cavidade oral, como dentistas e otorrinolaringologistas, e o procedimento é o mesmo, visto que a membrana não fica mais rígida com o passar do tempo.

A única diferença é que as crianças maiores costumam ser mais inquietas, o que dificulta a cirurgia e pode exigir sedação.

Dicas de amamentação

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