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Atividade humana cria 200 novos minérios (e isso pode significar o início de uma nova era)

Publicado 8 Mar 2017 – 10:05 AM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 09:19 AM EDT
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Existem mais de 5.200 minerais reconhecidos pela Associação Mineralógica Internacional no mundo inteiro. Dois terços dessa quantidade surgiu quando a Terra sofreu um surto de oxigênio, há mais de 2,2 bilhões de anos, e teve o maior pico da diversidade de distribuição de minerais. O outro terço tem uma origem curiosa: as atividades do ser humano.

Cerca de 4% dos minérios surgiram depois da Revolução Industrial, fruto das extremas mudanças do meio ambiente por causa dos impactos do ser humano e suas tecnologias. (Antes, a diversidade e a distribuição dos minerais na superfície da Terra ou perto dela se manifestavam por meio de processos físicos, químicos e/ou biológicos.)

Segundo um estudo sobre minerais do Carnegie Institute for Science, nos Estados Unidos, pode ser que, por isso, o planeta esteja entrando em uma nova era geológica: o antropoceno, logo depois do cenozoico quartenário, que é a considerada até o surgimento do homem.

Minérios criados por atividade humana

Em torno de 208 novas espécies já foram catalogadas, algumas criadas propositalmente, com finalidades industriais, como os cristais YAG para lasers, usados em chips de silicone, ou o cimento Portland, usados em concretos, argamassas.

Outros surgiram indiretamente, como alterações dos túneis de minas, aterros de mineração, desgaste de resíduos de minério fundido, água das minas ou até incêndios. E ainda uns que surgiram por causa da movimentação de rochas e sedimentos.

Um dos exemplos é o mineral chalconatronite (foto abaixo), criados para realizar alterações em artefatos de bronze. Outro é o andersonite, formado por uma crosta de cristais amarelos, laranja e verde, que foi encontrado nos túneis de certas minas de urânio abandonadas no continente americano.

Ele é um dos que foram considerados preciosos devido a seu brilho verde brilhante fluorescente, que brilha sob luz negra. Uma amostra dele pode chegar a valer cerca de US $ 500 (por volta de R$ 1560).

“Esses minerais e compostos minerais serão preservados no registro geológico como um horizonte distintivo e globalmente distribuído de uma novidade cristalina – um marcador persistente que marca nossa época como diferente de tudo o que veio antes”, explicou Edward Grew, um dos autores da pesquisa, para o site do Instituto.

Ou seja, quando descobrirem resquícios desses minérios em outras épocas, vão saber que durante esse período da Terra, humanos da nossa espécie habitaram o meio ambiente. Assim como quando fósseis de dinossauros foram descobertos e indicaram a passagem deles pela Terra.

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