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2 empresas foram autorizadas pelo Facebook a ler suas mensagens privadas, diz jornal

Publicado 19 Dez 2018 – 08:51 AM EST | Atualizado 19 Dez 2018 – 08:51 AM EST
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O jornal The New York Times (NYT) revelou que o Facebook divulga dados pessoais de seus usuários já há um tempo para grandes corporações ligadas à tecnologia. Simples acessos a serviços como Netflix e Spotify fizeram com que as pessoas tivessem suas mensagens privadas suscetíveis a serem acessadas por essas empresas.

O caso divulgado pelo site repercute no mundo inteiro.

Empresas puderam ler mensagens privadas do Facebook

O buscador da Microsoft Bing estava habilitada a acessar os nomes de "praticamente todos os amigos dos usuários do Facebook" sem que a pessoa soubesse.

A Netflix, plataforma de streaming de séries e filmes, e o Spotify, streaming de música e podcasts, poderiam ler as mensagens privadas dos usuários do Facebook.

A Amazon poderia chegar às informações de nomes de usuários e contato por meio de amigos dentro da rede social. Já o Yahoo estaria a par do feed de posts de amigos, "apesar das declarações públicas que pararam esse tipo de compartilhamento anos antes", revelou o jornal.

As revelações aconteceram por meio de entrevistas feitas pelo NYT com mais de 60 pessoas, entre elas, funcionários do Facebook, autoridades governamentais e fontes das empresas citadas. Também foram consultados documentos internos da rede social e feita monitoração das informações que eram passadas do Facebook para os parceiros.

Privacidade no Facebook?

A matéria sobre o uso de dados pessoais do Facebook pelas empresas citadas vem logo após uma estremecida na moral da rede social em relação à privacidade dos usuários que todo dia alimentam e consomem o feed de amigos espalhados pelo mundo.

Neste ano, Mark Zuckerberg respondeu aos parlamentares norte-americanos sobre o caso Cambridge Analytica, em que as informações de 50 milhões de pessoas teriam sido usadas por uma consultora ligada à candidatura de Donald Trump. Em abril, ele chegou a afirmar que as pessoas tinham "controle total" sobre as informações que compartilham na rede.

Na época, a revelação desse uso dos dados pessoais dos usuários gerou até um movimento de "Delete o Facebook".

O que diz o Facebook sobre as parcerias

Em resposta à reportagem do NYT, o Facebook divulgou um pronunciamento (em inglês) informando, entre outras coisas, que o acesso as informações por meio das empresas não foi feito sem a permissão das pessoas.

A companhia explicou que as "parcerias de integração", em que as pessoas "podiam acessar suas contas do Facebook ou recursos específicos do Facebook em dispositivos e plataformas construídas por outras empresas como Apple, Amazon, Blackberry e Yahoo", já foram encerradas (com a Bing, em 2014, e com as outras empresas após abril deste ano).

"Ainda assim, reconhecemos que precisamos de um gerenciamento mais rigoroso sobre como parceiros e desenvolvedores podem acessar informações usando nossas APIs [conjunto de ferramentas, definições e protocolos para criar e integrar software de aplicativos]".

Na parceria de personalização instantânea, oferecida de 2010 a 2014 e em que as pessoas vinculam a conta do Facebook a outros serviços, o Facebook afirma que os parceiros tiveram, sim, acesso às mensagens, "mas as pessoas tiveram que entrar explicitamente no Facebook primeiro para usar o recurso de mensagens de um parceiro".

"Tome Spotify por exemplo. Depois de entrar em sua conta do Facebook no aplicativo de desktop do Spotify, você poderia enviar e receber mensagens sem sair do aplicativo", explicou.

A rede também afirma que as pessoas "podem desativar a personalização instantânea a qualquer momento" e que ela "envolveu apenas informações públicas e não tivemos evidência de que foi usada ou mal utilizada depois que o programa foi encerrado", já que há questionamentos de que esses dados ficaram disponíveis pelo menos até 2017.

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