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COVID-19 também afeta o coração e pode deixar sequelas para a vida toda, diz médico

Publicado 12 Ago 2020 – 03:30 PM EDT | Atualizado 12 Ago 2020 – 03:30 PM EDT
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Além da possibilidade de gerar uma pneumonia grave, a COVID-19, infecção pelo novo coronavírus, também pode atacar o coração. Isso porque, conforme já observado por especialistas, o vírus pode interferir no sistema elétrico do coração – e isso, segundo o cardiologista André Gasparoto, é algo capaz de deixar sequelas para a vida toda em alguns dos pacientes.

Como a COVID-19 afeta o coração

De acordo com o médico, que é cardiologista da BP, a Beneficência Portuguesa de São Paulo, tem sido observado a COVID-19 afeta o coração ao interferir no sistema elétrico dele – ou seja, nos impulsos elétricos que o fazem bater e, por consequência, bombear sangue para o restante do corpo. Isso, conforme explica, pode diminuir a frequência cardíaca (a rapidez dos batimentos) e também gerar bloqueios.

Outro impacto da COVID-19 no coração é o fato de que a doença, em quadros graves, é bastante trombogênica, e isso significa que o organismo fica mais propenso a desenvolver trombos, coágulos que podem entupir veias e levar a problemas cardiovasculares. Além disso, o médico cita também a possibilidade de o vírus desencadear um quadro de miocardite, que é uma inflamação nas células do coração.

Algo que ainda está sendo cuidadosamente observado, mas já foi registrado em diversas partes do mundo (inclusive no Brasil), é o aparecimento da chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica em crianças que tiveram COVID-19. De acordo com Caio Malachias, pediatra e diretor do Hospital Luís França, no Ceará, esta síndrome acomete o sistema vascular – que, por sua vez, está diretamente ligado ao coração.

Riscos e sequelas

Conforme explica Gasparoto, todos estes problemas podem trazer sequelas, e nem sempre elas são reversíveis. Segundo o cardiologista, dependendo do caso, a diminuição da frequência cardíaca, os bloqueios gerados pelo vírus e a miocardite podem desencadear uma insuficiência cardíaca, que, por sua vez, pode demandar um tratamento para a vida toda ou até levar à morte.

“Em alguns casos, a gente já tem visto paciente necessitar de marca-passo definitivo em função da atuação direta do vírus no sistema elétrico do coração, além de infarto. O infarto pode gerar insuficiência cardíaca e levar à morte. Nos sobreviventes, pode deixar o coração mais fraco, e esse déficit da bomba faz com que ele necessite de medicações para o resto da vida”, esclarece Gasparoto.

Já quanto a crianças afetadas pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica – que nem sempre foram pacientes graves de COVID-19, mas mesmo assim desenvolveram a nova doença após o vírus desaparecer do organismo –, Malachias afirma que é possível haver a dilatação de artérias coronárias e o surgimento de lesões cardíacas. Nestes casos, é preciso monitorar constantemente o quadro para tentar revertê-lo ou estabilizá-lo.

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