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Inibidor de checkpoint: Ana Maria detalha técnica que já reduziu 50% de seu câncer

Publicado 2 Mar 2020 – 12:40 PM EST | Atualizado 5 Mar 2020 – 05:18 PM EST
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De volta das férias, a apresentadora Ana Maria Braga voltou a falar ao público do “Mais Você” sobre o câncer de pulmão que está tratando, afirmando que a luta contra a doença está surtindo bons resultados e que o tumor já sofreu uma redução de 50% em pouco tempo de tratamento. No relato, ela novamente demonstrou muita força, e suas palavras fizeram muita gente se emocionar.

Ana Maria Braga: tratamento contra o câncer

Antes de seu período de descanso, Ana Maria surpreendeu a todos ao anunciar, no “Mais Você”, que está novamente com câncer - e agora, ao falar sobre o progresso das medicações, ela demonstrou a mesma autoconfiança que deixou transparecer ao revelar a doença. Segundo a apresentadora, ela está se sentindo bem e o tratamento, apesar de ainda não ter acabado, já teve um efeito bastante expressivo.

“Eu fiz só um exame desde o início do tratamento e tive, já, uma redução de 50% do tumor que foi detectado. É muito pouco tempo, está indo muito bem”, anunciou Ana Maria, que foi diagnosticada com um adenocarcinoma no pulmão após já ter combatido outros cânceres menores na mesma região, além de ter vencido também câncer de pele e no reto.

Inoperável, o tumor está sendo tratado com uma combinação de tratamentos.

Inibidor de checkpoint: como funciona?

Conforme explicou, o que está fazendo o tumor regredir é a associação da quimioterapia com um tipo moderno de imunoterapia - tratamento que já é utilizado há décadas com o objetivo de estimular o sistema imunológico do paciente e fazer com que o próprio organismo atue no combate ao câncer.

“A versão que eu estou recebendo é bem mais recente, mais moderna e tem até um nome específico. Chama-se inibidor de checkpoint. Isso quer dizer que, ao invés de estimular o sistema imune diretamente, ela tira os freios do sistema imune e, como decorrência disso, ele vai atacar as células cancerosas”, disse ela, afirmando que é como "armar" as células do sistema imunológico e torná-las aliadas na luta contra o câncer.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI), o sistema imunológico é perfeitamente capaz de eliminar células tumorais do organismo e faz isso com frequência, mas o câncer consegue desenvolver alguns mecanismos para "burlar" as células de defesa do corpo. Entre estes mecanismos, há a ação de moléculas inibitórias nas células tumorais, que não deixam o sistema imunológico ser ativado e o impedem de atuar contra o câncer.

O tratamento inibidor de checkpoint, no entanto, funciona a partir da "inibição do inibidor". Além de derrubar as "travas" que impedem o sistema imunológico de atacar o próprio corpo, esse tipo de terapia também inibe os mecanismos do câncer que impedem o ativamento das células deste sistema, fazendo então com que o tumor perca a força e passe a ser atacado com mais intensidade pelo próprio organismo.

Além disso, Ana Maria explicou que a combinação com a quimioterapia torna tudo mais efetivo; segundo a apresentadora, a morte das células cancerosas devido ao tratamento tradicional impulsiona ainda mais o sistema imunológico em sua ação, trazendo os resultados esperados. Apesar de o tratamento ser bastante efetivo, Ana Maria lembrou que ele não é indicado para todos os tipos de tumores e que apenas um especialista pode decidir se ele é ou não a saída para um caso em específico.

Ana Maria teve efeitos colaterais

Como as defesas do organismo perdem o "freio", porém, a apresentadora explica que o sistema imunológico acaba atacando também células saudáveis do corpo. Por isso, ela diz ter enfrentado alguns efeitos colaterais que, segundo a apresentadora, são perfeitamente normais e demonstram a eficácia do tratamento no corpo. “Eu, por exemplo, tive uma vermelhidão na pele”, disse.

Segundo o Instituto Oncoguia, efeitos colaterais são comuns em quem faz esse tipo de terapia, e podem incluir fadiga, tosse, náusea, alterações de apetite, erupções na pele e coceira (além de questões mais sérias, mas menos frequentes, como problemas nos pulmões, no intestino, no fígado, nos rins e em glândulas hormonais).

Segundo Ana, ainda restam algumas sessões do tratamento para que ele esteja finalizado, e ela lembrou que, até lá, é esperado que alguns efeitos colaterais façam com que ela tenha de se afastar do "Mais Você".

Câncer de Ana Maria Braga

O câncer que Ana Maria está enfrentando é mais agressivo que os anteriores - mas, segundo o pneumologista Felipe Marques, da rede de hospitais São Camilo de São Paulo, pesquisas feitas nas últimas décadas tornaram seus tratamentos bem mais promissores.

"Mesmo pacientes que anteriormente tinham um prognóstico muito desfavorável de meses, hoje em dia com essa nova pesquisa mutacional, com tratamentos mais direcionados, o adenocarcinoma (particularmente, porque é o mais comumente visto no Brasil) está passando por uma grande revolução e esses pacientes conseguem sobreviver mais tempo com esse tipo de tumor", afirma ele.

Tem uma dúvida de saúde? Envie para vixresponde@vix.com e ela poderá ser respondida por um especialista em nossa nova coluna: VIX Responde.

Luta contra o câncer

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