Bruno Covas internado: doença pode causar sepse e começar com simples ferida na pele

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, foi internado na última terça-feira (23) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, após ser diagnosticado com um quadro de erisipela.

Trata-se de um tipo específico de infecção de pele que pode ter início com um simples machucado na pele ou mesmo uma unha encravada.

Bruno Covas é internado em São Paulo

Covas deu entrada no Sírio-Libanês na tarde da última terça. No hospital, o prefeito de São Paulo recebeu o diagnóstico de um quadro de erisipela.

O boletim médico divulgado pela assessoria de imprensa do hospital não informa os sintomas apresentados por Covas.

Para o tratamento da erisipela do prefeito, estão sendo administrados antibióticos e anti-inflamatórios por via intravenosa.

Erisipela: o que é

A erisipela é uma infecção cutânea provocada, especialmente, pela bactéria Estreptococo beta-hemolíticodo grupo A. Porém, outras bactérias também podem desencadear o quadro, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Trata-se de uma forma superficial da celulite infecciosa, uma infecção no tecido adiposo (gordura), abaixo do tecido cutâneo.

Isso porque a erisipela atinge, especialmente, a derme e o chamado panículo adiposo (tecido celular subcutâneo). A doença também é capaz de atacar vasos linfáticos.

Dentre as pessoas mais suscetíveis ao quadro, destacam-se aqueles que têm lesões de pele frequentes, queda de imunidade, obesidade e má circulação sanguínea.

Pequenas feridas: porta de entrada da erisipela

Chama atenção o fato da erisipela ocorrer com mais frequência em membros inferiores. É nos pés e pernas que micro-organismos têm mais facilidade de adentrar o corpo humano e se proliferar.

Pequenas lesões na pele facilitam a entrada do Estreptococo no corpo, como unha encravada e feridas.

“Micoses, pé de atleta, frieiras, unha encravada, rachaduras nos pés, pelo encravado, picada de inseto e assim por diante”, lista o angiologista Ivanésio Merlo, da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, sobre condições que podem se tornar a porta de entrada da bactéria no organismo.

Vale lembrar, porém, que não são apenas os membros inferiores as únicas regiões do corpo onde a doença acontece - mesmo que sejam os mais frequentes. O rosto e outras partes também estão suscetíveis por conta de espinhas, por exemplo, e outras lesões.

Sintomas

A doença, quando acontece, produz alguns sinais típicos. Dentre os sintomas da erisipela, destacam-se febre alta, náuseas, vômitos, mal-estar e calafrios, além de deixar a região de entrada vermelha, inchada, quente e dolorosa.

Complicações

Quando não tratada corretamente, a erisipela tem capacidade de se tornar um quadro de risco ao corpo. Por afetar o sistema linfático, em alguns casos, o paciente pode conviver com inchaços para o resto da vida.

Além disso, por se tratar de um infecção, existe sempre o risco de morte - seja por resistência das bactérias aos medicamentos ou mesmo por casos de sepse.

Por isso, a imunidade forte é importante para evitar a evolução da erisipela. Em pessoas cujo sistema imunológico está fortalecido, a proliferação de bactérias pode até acontecer, mas sem gerar um quadro de infecção generalizada.

Tratamento

O tratamento para erisipela envolve uso de antibióticos que, de acordo com a intensidade da infecção, pode ser via oral ou injeção, por 10 a 14 dias.

Se não tratada corretamente, existe a possibilidade de que a doença volte a acontecer e comprometa ainda mais a circulação da região, que danifica os vasos linfáticos e provoca um edema maior.

Casos de internação ocorrem, normalmente, compacientes que apresentam diabetes, indícios de que a bactéria está presente na corrente sanguínea ou cujo tratamento pede uso de antibióticos intravenoso.

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