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Quando uma simples infecção urinária pode ser fatal, como no caso de Wagner Montes?

Publicado 31 Jan 2019 – 04:24 PM EST | Atualizado 31 Jan 2019 – 04:31 PM EST
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A morte de Wagner Montes aos 64 anos deixou colegas de trabalho, familiares e eleitores do apresentador e deputado devastados devido à forma inesperada como aconteceu. Conforme divulgado em seu site oficial, a morte ocorreu devido a um choque séptico e sepse abdominal. O quadro, porém, começou com algo simples que muita gente ignora.

Quando foi internado no hospital Barra D’Or (Rio de Janeiro) dois meses antes de falecer, Montes apresentava um quadro de infecção urinária – problema bastante comum e que, para algumas pessoas, é até recorrente. Apesar de ser relativamente fácil preveni-la e tratá-la, há algumas circunstâncias que podem realmente fazer com que a infecção de urina se agrave a ponto de levar a óbito.

Infecção urinária: quando pode levar à morte?

A infecção urinária ocorre quando bactérias que não são parte da flora deste sistema entram pelo canal da uretra e causam um quadro marcado por sintomas como dor ao urinar, vontade constante de fazer xixi e febre.

Segundo o urologista Flávio Áreas, do Hospital 9 de Julho, normalmente as bactérias se alojam na bexiga, e, neste caso, o tratamento costuma ser mais simples, administrado com antibióticos.

Conforme explica o médico, porém, as bactérias responsáveis pela infecção podem sair da bexiga, continuando seu caminho pelo ureter até os rins e à corrente sanguínea. Isso, segundo ele, complica muito a situação do paciente, e alguns fatores podem contribuir para esses quadros.

De acordo com Flávio, um quadro bastante comum é o de infecções que não são corretamente tratadas e, por isso, tornam-se recorrentes. “Nesses casos, o organismo fica resistente aos remédios que são sempre usados”, explica ele.

Outro fator que pode contribuir para que uma infecção urinária se torne reincidente e mais grave é o de que, após uma crise, o corpo entra em um processo de recuperação, e, durante ele, fica mais frágil. Caso o paciente não tome alguns cuidados durante esse período, há riscos de a bactéria retornar.

Sintomas e prevenção

Quando as bactérias estão alojadas na bexiga, a infecção normalmente gera um quadro de dor no canal da uretra, uma vontade de ir ao banheiro que não passa e febre, mas, quando o quadro evolui para uma infecção nos rins, os sintomas mudam um pouco.

Nesses casos mais graves, o paciente pode sentir dores na região da coluna lombar, febre alta, dores no corpo e de cabeça e vômitos. Aqui, também é importante ressaltar que esse quadro nem sempre vem acompanhado de incômodo na hora de urinar.

Em geral, porém, as recomendações para se evitar esse tipo de infecção são simples. É importante, por exemplo:

  • Lembrar-se de urinar após as relações sexuais, pois o ato limpa o canal e evita a instalação de possíveis bactérias contraídas durante o sexo;
  • Não ficar muito tempo com roupas molhadas após entrar no mar ou na piscina, já que a umidade favorece a proliferação de bactérias;
  • Para mulheres, é essencial realizar uma higiene adequada, trocando o absorvente (tanto interno quanto externo) de acordo com a recomendação na embalagem;
  • Não segurar o xixi por muito tempo, já que o hábito favorece o acúmulo e a instalação de bactérias;
  • Tomar cuidado com a higiene íntima – especialmente no caso de mulheres, que têm a uretra e o ânus muito próximos. Nesse caso, é indicado passar o papel higiênico partindo da vulva, e não ao contrário.

Já para prevenir a reincidência de uma infecção, Flávio explica que há ainda mais algumas recomendações. “É indicado fazer o tratamento adequado e mantê-lo por alguns meses. Exames de sangue, urina e mudanças de hábito – como tomar água e evitar relações sexuais – também devem ser feitos nos meses seguintes”, explica.

Na presença dos sintomas tanto de infecção urinária como nos rins, é importante evitar tratamentos caseiros e procurar atendimento médico para que exames constatem o tipo da bactéria presente e possam direcionar o paciente para o tratamento adequado.

Cuidados com a saúde

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