null: nullpx
cuidados com a pele-Tasaudavel

Cantora Tiê inspira ao falar com naturalidade do vitiligo e mostrá-lo sem maquiagem

Publicado 23 Set 2019 – 05:24 PM EDT | Atualizado 23 Set 2019 – 05:24 PM EDT
Compartilhar

Há mais de duas décadas convivendo com o vitiligo, a cantora Tiê inspira ao falar sobre o modo natural com o qual lida com a doença.

Em relato dado ao “Encontro com Fátima”, da Rede Globo, a artista contou como aprendeu a construir um relacionamento sadio com a doença a ponto de se sentir bem e posar para fotos sem maquiagem, deixando as manchas brancas no rosto expostas.

Tiê fala sobre os anos com vitiligo

Desde os 11 anos, Tiê, hoje com 39, convive com o vitiligo. No começo, a relação da artista com a doença não foi das mais fáceis - não por se incomodar com as manchas em si, mas pelo constrangimento a que era submetida pelos olhares de terceiros.

“Sofri muito porque as pessoas realmente olham meio com uma cara...", disse durante o programa. "Tinha épocas em que eu ia na praia com Hipoglós na cara inteira para não queimar e [as manchas] não ficarem mais fortes”, revelou.

Hoje em dia, contudo, Tiê conta que a relação que mantém com a doença é totalmente diferente. A mudança aconteceu quando ela compreendeu a doença com mais naturalidade e com menos preocupações.

“Eu mudei de nome. Não vou mais chamar de 'vitiligo', mas de 'nem te ligo'”, contou.

Em seu relato, Tiê lembrou o quanto o lado emocional está ligado ao vitiligo e afirmou que trabalhar essa questão foi essencial para seu bem-estar.

“O vitiligo é uma doença autoimune, é sobre não se sentir aceito. Você vem com a mancha para trabalhar isso. E é um processo.”

O processo, de acordo com o relato de Tiê, está se desenrolando pelo caminho da aceitação com sucesso. Se no passado a cantora tinha medo de que suas manchas ficassem evidentes, a ponto de passar um monte de pomada no rosto para ir à praia, hoje em dia a preocupação com a pele está mais relacionada com a saúde.

“Hoje em dia eu passo protetor, porque temos que nos proteger, afinal é uma pele mais exposta, pois não temos melanina e não tem como sair tomando sol sem protetor.”

Deixar as manchas à mostra também não é um incômodo para Tiê. Tanto que, nas redes sociais, é possível ver muitas fotos da cantora de "cara limpa", sem maquiagem para cobrir as marcas, uma vez que ela não se sente desconfortável em mostrá-las.

“Parei de usar maquiagem (...) No geral, eu passo só rímel e faço questão de deixar as minhas manchas.”

Vitiligo: o que é

O vitiligo é uma doença da pele caracterizada pela presença de manchas brancas e irregulares que surgem em diversos pontos do corpo.

Trata-se de um quadro autoimune (e não contagioso) em que o organismo apresenta diminuição ou ausência de melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina - o pigmento que dá cor à pele.

São três os tipos de vitiligo: segmentar, generalizado e focal. A diferença está na distribuição e velocidade com que as manchas se apresentam e espalham pelo corpo, já que ela pode se concentrar em apenas uma região da pele ou ser dispersa.

Além da pele, as manchas podem acometer cabelos, cílios, sobrancelhas ou barba e trazer mudanças de cor nas mucosas, axilas, genitália e até olho.

Estresse como desencadeador

As causas do vitiligo não são esclarecidas, mas sabe-se que o estresse é um desencadeador do quadro.

“Quando a pessoa fica estressada, as manchas aumentam. Comunicadores químicos ligam mente, cérebro e célula e podem desencadear diversas reações que, no caso do vitiligo, é a despigmentação. Às vezes, o paciente melhora e volta a piorar porque viveu algum estresse", explica Roberto Azambuja, do Departamento de Psicodermatologia da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Tratamento para vitiligo

O vitiligo não tem cura, mas há tratamentos que ajudam o organismo a amenizar a destruição dos melanócitos e reduzir o contraste entre manchas e a coloração da pele.

Um deles são os cremes à base de corticoides (aplicados nas manchas) ou cápsulas da mesma substâncias que, pela ação anti-inflamatória, controlam o sistema imunológico contra a destruição dos melanócitos.

Há também a possibilidade de emissão de raios UVB para amenizar as diferenças de coloração da pele. Outra saída é recorrer à cirurgia, em que manchas mais estáveis, que deixaram de aumentar de tamanho e que não se multiplicam, recebem melanócitos transplantados.

Por fim, é possível fazer uso de medicação que retira o pigmento de outras partes do corpo, tornando a tonalidade mais homogênea.

Doenças de pele

Compartilhar

Mais conteúdo de interesse