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Mãe salva bebê ao notar pouco movimento na barriga; placenta estava envelhecida

Publicado 25 Out 2017 – 05:00 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 02:03 PM EDT
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Uma jovem americana publicou um relato sobre como descobriu que a falta de movimentos do bebê na barriga era um indício de que algo estava errado. Além de conscientizadora, a história é uma verdadeira lição para confiar em seus instintos. Entenda: 

Mulher quase perde bebê após não senti-lo chutar

O https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1467568026654537&set=a.478850108859672.1073741824.100002040616221&type=3">relato de Ayla Heller no Facebook tinha tudo para ser uma história trágica, mas felizmente não foi. No dia em que completou 38 semanas, a grávida percebeu que sua filha não estava chutando muito, mas acreditou que apenas se tratava de um dia menos ativo.

Ao meio-dia, a criança mudou de posição, mas não chutou. Mesmo assim, a mãe ficou tranquila em saber que sentia algum tipo de interação.

Às 19h, depois de o namorado tocar em sua barriga, ela lembrou-se de que a bebê não se mexeu mais, o que gerou preocupação. Então, os dois usaram um aparelho para ouvir os batimentos cardíacos do bebê.

Apesar de ouvir o coraçãozinho e saberem que ela estava viva, ainda se perguntavam se havia perigo.

Ela estava viva, mas corria perigo?

Heller chegou a buscar respostas na internet, mas em vão. Então, conversou com sua mãe, que foi persistente ao dizer que deveria buscar ajuda. Convencida, ela foi ao hospital, onde passou por diversos exames, teve de se movimentar de diversas maneiras e tomar líquidos.

"Quando minha parteira chegou, ela não perdeu tempo em informar que as coisas não estavam do jeito que deveriam e que provavelmente eu teria uma cesariana de emergência naquela noite", escreveu Heller.

Na sala de cirurgia, Maddy veio ao mundo com boa saúde, mas precisava de oxigênio e glicose. Logo, foi informado que a placenta tinha envelhecido prematuramente, estava calcificada e "basicamente havia desistido". 

Isso impediu o feto de receber a quantidade necessária de oxigênio e nutrientes, o que o levou a não se mexer para preservar energia.

Problema na placenta

Os médicos ainda informaram que não sabiam o motivo do envelhecimento e que a mãe não poderia ter feito nada para evitar o problema. Felizmente, seu instinto foi suficiente para impedir a morte da filha.

"Você conhece seu corpo e o que é normal para seu bebê, e não há nada disso que 'os bebês não chutam por estarem sem espaço'. Essa foi a resposta que mais vi na internet. A verdade é que eles chutam o tempo todo! [...] Quase esperei chegar de manhã para ver se alguma coisa mudava, mas se tivesse feito isso, não teria minha filha amada", escreveu ela, que finalizou destacando que falta de movimentos do feto não é normal.

Envelhecimento precoce da placenta: o que é?

Segundo o obstetra Belmiro Gonçalves Pereira, presidente da comissão de Gestação de Alto Risco da Febrasgo, a placenta passa por um amadurecimento natural que, em sua última etapa, indica que é hora de o bebê vir ao mundo. Apesar de inofensivo, o processo pode criar áreas de necrose e calcificação, ou seja, tecido morto e inativo. 

Como a principal função da placenta é transferir oxigênio e nutrientes da mãe para o bebê, tais alterações prejudicam o suprimento. Contudo, se ocorrer de forma natural, não há riscos.

No entanto, algumas condições podem causar o envelhecimento precoce, que afeta o desenvolvimento do bebê. Com isso, ele pode entrar em sofrimento e, em casos graves como o de Ayla, até falecer.

Causas

"O envelhecimento precoce da placenta é causado por doenças vasculares, como pré-eclâmpsia, trombofilia e diabetes, além de problemas na cavidade do útero", explica o ginecologista e obstetra Alberto D’Áuria, da Maternidade Pro Matre Paulista.

Tais condições prejudicam o fluxo sanguíneo até a placenta, o que leva à morte de algumas das áreas.

Prevenção e tratamento

É possível evitar ou controlar o problema por meio do correto acompanhamento médico na gravidez. Por exemplo, mulheres com fatores de risco podem fazer uso de anticoagulantes.

Já quem foi diagnosticada deve seguir uma dieta com mais proteínas, a fim de não comprometer a nutrição do feto.

Contudo, se o bebê realmente entrar em sofrimento, a alternativa é fazer uma cesárea de urgência.

Como identificar o risco: falta de movimento e mais sinais

Alguns sinais indicam se pode haver envelhecimento anormal da placenta. Um dos principais é a falta de movimento fetal. Para medi-lo, o obstetra Belmiro Gonçalves Pereira dá uma dica:

"A partir de 28 semanas, a gestante pode contar quantas vezes o bebê se movimentou dentro de uma hora, sempre após o almoço e diariamente. Se ele mexer sete ou mais vezes, está tudo bem. Menos que isso é sinal de que um médico deve ser procurado".

Outro indício que pode ser notado pela gestante é a desaceleração do crescimento do útero, que naturalmente tem de aumentar 1 centímetro por semana.

O acompanhamento médico também é de suma importância, visto que exames como o "perfil biofísico fetal" são essenciais para avaliar a saúde do neném e condições da placenta.

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