Curada, cantora revela luta contra bulimia e conta como reconquistou o amor próprio
Aos 39 anos, a cantora Nicole Scherzinger, ex-integrante do Pussycat Dolls, deu um relato intenso sobre seu processo de superação da bulimia, um transtorno alimentar e de distúrbio de imagem que atormenta muitos jovens em todo o mundo.
Nicole se tornou símbolo de beleza frente às câmeras ao lado das Pussycats, mas, na vida real, sofria com os efeitos devastadores da bulimia: em entrevista à revista Cosmopolitan britânica, em 2014, ela contou que, na época que fazia parte do grupo, chegou a desmaiar e perder a voz, por conta da fraqueza causada pela doença.
Em uma entrevista mais recente para a mesma publicação, no entanto, a cantora traçou sua trajetória e falou sobre a aceitação do próprio corpo, principalmente às mulheres que buscam ter o “corpo das famosas”:
“Quando eu consegui entrar no Pussycat Dolls, realmente amplificou isso [a doença], porque tinha muito a ver com mostrar meu corpo. Mas, vocês deveriam se abraçar e se aceitar mais. Não seja tão dura consigo mesma. Ame suas curvas”.
Nicole Scherzinger e a luta contra a bulimia
A bulimia é um transtorno alimentar que atinge principalmente mulheres.
A pressão pelo ideal de corpo perfeito e a constante insatisfação gerada por fatores externos faz com que as mulheres tenham uma imagem própria distorcida – e, por isso, passem a vomitar o que ingeriram, fiquem longos períodos sem comer, entre outros comportamentos prejudiciais ao corpo e a mente.
Foi o que aconteceu com a cantora Nicole Scherzinger, que revelou ser vítima da ditadura da magreza pelo menos desde os 14 anos.
“Eu sempre fui muito crítica comigo desde jovem, e quando tinha 14 anos, comecei a correr. Eu saía de casa no meio da noite e corria, porque pensava que precisava ser mais magra. Que minhas coxas deveriam ficar de certo jeito”, revelou à Cosmopolitan.
Consequências do transtorno
O trabalho como cantora no grupo Pussycat Dolls piorou o quadro de bulimia de Nicole, que chegou a desmaiar dentro de um banheiro no camarim e ficar sem voz, o que comprometia sua performance nos shows.
“Um dia meu empresário me encontrou desmaiada. Eu pensei: ‘Eu vou perder tudo o que eu amo se eu não me amar’”, relata.
“Chega um dia em que você sente que chegou ao fim e simplesmente diz: ‘Não vou fazer isso mais’. É triste ver como eu desperdicei minha vida. Tive uma vida ótima do lado de fora, o grupo estava no topo do mundo, mas eu estava miserável por dentro. Eu nunca vou deixar isso acontecer de novo, você só tem uma vida. E eu tive 27 anos apenas uma vez”.
Para Nicole, a doença “roubou a felicidade, a confiança e as memórias”, mas, hoje, ela tem aprendido a gostar do próprio corpo, como afirmou à publicação britânica.
"Não desista"
“(...) Por isso que é tão importante para mim compartilhar minha história. Eu me senti muito sozinha...porque eu fiquei sozinha. Você se esconde do mundo, você se isola. Mas, você pode vencer a doença. Não desista porque você é muito especial e destinado a coisas muito boas”.
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