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Novo exame de sangue é capaz de detectar precocemente 6 em cada 10 cânceres

Publicado 18 Ago 2017 – 02:23 PM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Cientistas do Centro Kimmel de Câncer da Universidade Johns Hopkins de Medicina, nos Estados Unidos, desenvolveram um exame de sangue capaz de detectar pedaços de DNA cancerígenos, que ajuda no diagnóstico precoce de pessoas que podem estar aparentemente saudáveis.

Novo exame: "biópsia líquida" foi aperfeiçoada 

Testes de sangue para descobrir câncer são uma parte importante - e crescente -  da oncologia clínica e estão sendo estudados pela Ciência de várias formas. Pesquisadores já desenvolveram, por exemplo, a chamada “biópsia líquida”, que reconhece qualquer tipo de câncer antes de ele se manifestar.

Este estudo apresentado pelos pesquisadores norte-americanos, entretanto, é mais refinado.

De acordo com a Universidade, até agora os cientistas tomavam alterações do DNA retiradas de amostras de pacientes que reconhecidamente tinham câncer como guias para avaliar os erros genéticos no sangue recolhido nos testes. Nesta pesquisa, os cientistas quebraram a cabeça para desenvolver um teste que encontrasse o provável câncer sem conhecer as mutações genéticas presentes no tumor do paciente.

Ou seja, ao contrário dos estudos anteriores, eles não sabiam exatamente qual mudança genética procurar, eles conseguiram ler 58 genes específicos e identificar o risco "sem um gabarito". 

Tudo isso para atender a duas palavras de ordem fundamentais no diagnóstico de câncer: especificidade e redução de riscos de “falso-positivo”.

Identifica 6 de cada 10 cânceres

Os cientistas testaram o sistema de triagem em 138 pacientes com câncer de mama, pulmão, ovário ou colorretal em estágio inicial.

O método reconheceu o câncer em 62% dos casos, nos quais as mutações do DNA foram avaliadas com base em 58 genes amplamente ligados a vários tipos de câncer.

Triagem das mutações

Um dos desafios nesta tarefa foi separar as verdadeiras mutações derivadas de câncer e as alterações genéticas que ocorrem nas células do sangue como variações normais no DNA.

Os cientistas também precisaram desconsiderar as mutações comuns à linha germinal, que ocorrem naturalmente como resultado de variações entre os indivíduos.

Método de sequenciamento

O teste de sangue desenvolvido pelos pesquisadores usa um tipo de sequenciamento genômico mais profundo chamado de “sequenciamento direcionado da correção de erros”. Ele lê 30 mil vezes cada código químico do DNA.

“Estamos tentando encontrar a agulha no palheiro, então quando encontramos uma alteração do DNA, queremos ter certeza de que é o que achamos que é”, explica o professor de Oncologia da Universidade Victor Velculescu.

“Este estudo mostra que a identificação do câncer precocemente com o uso de mudanças de DNA no sangue é viável, e que nosso método de sequenciamento de alta precisão é uma abordagem promissora para alcançar esse objetivo”.

Para Velculescu, a descoberta pode beneficiar grupos que correm alto risco de ter câncer, como os fumantes e mulheres que tenham mutações hereditárias para câncer de mama ou de ovário.

Diagnóstico de câncer: quando fazer exame

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