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Diagnóstico de câncer de próstata: quando fazer exame retal e PSA + sintomas do tumor

Publicado 12 Mai 2017 – 06:01 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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diagnóstico precoce de câncer de próstata é fundamental para controlar a doença rapidamente e evitar que ela se espalhe. Segundo tipo de câncer mais comum entre os homens, a presença desse tumor pode ser descoberta por diversos exames, mas diferentes recomendações médicas podem confundir a cabeça de quem deseja se prevenir. 

O que é o câncer de próstata?

A oncologista Michele Samora, do Centro de Oncologia do Hospital 9 de Julho, explica que o câncer de próstata surge pela presença de células anormais na glândula, que por vezes passam a se reproduzir demasiadamente. "É um tumor maligno que pode até invadir outras partes do corpo, em um processo chamado metástase", alerta. 

Causas

Assim como outros tumores, ainda não se sabe ao certo o que causa o tumor na próstata. Contudo, alguns fatores podem indicar maior chance de desenvolvê-lo:

Fatores de risco

  • Idade acima de 50 anos;
  • Raça negra;
  • Presença de casos de câncer de próstata em familiares com menos de 60 anos;

Fatores de proteção

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) manter uma dieta equilibrada e rica em frutas, vegetais, grãos e cereais integrais pode diminuir o risco de câncer e outras doenças crônicas.

A prática de atividades físicas diárias, ao menos meia hora por dia, também ajuda, assim como evitar o tabagismo e a ingestão de álcool.

Sintomas de problemas de próstata

Iniciais

De acordo com o INCA, inicialmente o problema é assintomático para a maioria dos pacientes. Em alguns casos, há sinais como dificuldade de urinar, necessidade excessiva de urinar (especialmente durante a noite) e dificuldade de ereção, dor e sangue ao fazer xixi e ao ejacular.

Avançados

Em quadros avançados e graves, pode haver metástase, o que resulta em dores ósseas, problemas urinários intensos, infecção generalizada e insuficiência dos rins.

Diagnóstico de tumor de próstata

De acordo com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, homens a partir de 45 anos devem conversar com seu médico sobre exames anuais. Além disso, se houver histórico familiar da doença, o urologista deve ser procurado a partir dos 40 anos de idade.

Os exames que compõem o diagnóstico de câncer de próstata são:

Exame de toque

Tem como objetivo identificar possíveis anomalias na próstata por meio do exame clínico que consiste na introdução de um dedo do médico, protegido com uma luva e envolto de lubrificante, no reto para palpação da glândula. O teste é indolor e rápido.

A maioria dos tumores do tipo começa na parte posterior da próstata, próxima ao ânus, o que justifica a necessidade e importância do exame de toque retal.

PSA

O PSA (sigla em inglês para Antígeno Prostático Específico) é uma substância criada pela próstata que está presente no sêmen e no sangue.

Normalmente, a quantidade desse composto é menor que 4 ng/ml, mas quando a próstata fica maior, o que pode acontecer no câncer, os níveis dessa proteína aumentam, o que a torna um marcador para o diagnóstico de câncer de próstata.

Em 2017, especialistas do US Preventive Service Task Force, organização ligada ao governo norte-americano, fizeram uma mudança na recomendação do exame PSA e determinaram que homens de 55 a 69 anos sejam informados sobre os benefícios e riscos, deixando a cargo do paciente decidir se o realizará ou não. 

Isso ocorre pois os exames podem dar resultados falso-positivos, levando pessoas saudáveis a se submeterem a biópsias e cirurgias desnecessárias na glândula, visto que doses altas de PSA também ocorrem em alterações benignas.

No Brasil, a necessidade da medição do PSA ocorre por indicação médica e o Ministério da Saúde a recomenda apenas para pacientes que apresentam sinais de tumor e nos que já tiveram a doença. 

Biópsia da próstata

Se o resultado do toque retal e do PSA derem alterados, é realizada uma biópsia da próstata que tem como objetivo analisar a presença de células cancerígenas. Ela é constituída da análise de um pequeno pedaço da glândula, retirado ou puncionado, sob sedação e com auxílio do aparelho ultrassonografia transretal, que é introduzido no ânus e guia a agulha até a glândula.

Exames de imagem

Segundo a oncologista, exames de imagem são usados para o diagnóstico de câncer de próstata pois classifica o estágio do tumor, fornecendo informações como tamanho e extensão. Entre os testes, estão ressonância magnética, radioimunocintilografia, cintilografia e a tomografia computadorizada, todos indolores.

Tem cura?

Assim como outros tipos de câncer, quanto mais cedo for a descoberto o tumor, melhor é o prognóstico. "Os estágios iniciais têm de 80% a 90% de chance de cura", ressalta a especialista Michele Samora.

Tratamento de câncer de próstata

Após a descoberta do câncer de próstata, a escolha do tratamento dependerá do estágio do tumor e das condições do paciente. Além disso, é necessário que o médico converse abertamente com o paciente para que os prós e contras de cada terapia sejam esclarecidos.

Observação e seguimento ativo

Os métodos de observação e seguimento ativo são indicados principalmente para tumores pequenos, assintomáticos e de evolução lenta, além de indivíduos com expectativa de vida menor de 15 anos, por velhice ou outra doença associada. Eles visam acompanhar os pacientes diagnosticados, optando por não tratá-los e, por vezes, realizando exames periódicos. 

Esse acompanhamento visa não expor o paciente aos efeitos colaterais dos demais tratamentos, como a baixa imunidade da quimioterapia e os riscos da cirurgia de próstata.

Cirurgia

Chamada de prostatectomia, a cirurgia de remoção da próstata é indicada para tumores localizados e/ou avançados. O procedimento pode ser aberto, com incisão, ou por laparoscopia, método pouco invasivo em que câmera e braços mecânicos são inseridos. 

Radioterapia

A aplicação de radiação ionizante visa inibir a propagação das células que causam o tumor, fazendo-o regredir e aliviando dores ósseas causadas pela metástase. 

Pode ser feita antes ou depois da prostatectomia, é indolor e ocorre por uma máquina semelhante a um raio-X.

Hormonioterapia

A privação dos níveis de testosterona, substância que serve de "suprimento" do câncer de próstata, ocorre pela remoção dos testículos ou por medicamentos que os impedem de produzir o hormônio. Com isso, o crescimento do tumor é atenuado.

Quimioterapia

A quimioterapia para câncer de próstata é indicada especialmente quando o paciente apresenta resistência ao tratamento hormonal. O método consiste na introdução de compostos químicos com o objetivo de destruir ou impedir a propagação de células malignas.

Efeitos colaterais do tratamento 

Apesar de combaterem a doença, os tratamentos podem provocar efeitos colaterais, como incontinência urinária, perda de libido e disfunção erétil.

A médica Michele Samora ainda completa que essas e outras alterações no organismo ocorrem em 70% dos pacientes no primeiro ano de terapia, sendo necessário ter apoio familiar e social para se adaptar e preservar a qualidade de vida.

Prevenção do câncer de próstata

Segundo a oncologista, manter uma alimentação saudável, evitar vícios como cigarro e bebida e praticar atividades físicas são atitudes que podem reduzir os riscos da doença.

Além disso, é recomendado que cada homem converse com o urologista sobre a indicação de exames diagnósticos ou não, visto que eles podem apresentar riscos.

Saúde íntima do homem

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