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Por que Família Imperial tinha nomes tão longos? Pedro II possuía 15 e Teresa, 29

Publicado 20 Ago 2021 – 03:13 PM EDT | Atualizado 20 Ago 2021 – 03:13 PM EDT
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Durante os séculos XVIII e XIX, vários fatos chamavam atenção sobre os membros das famílias reais. Para além das fortunas e das ostentações, um outro ponto é bastante curioso: o tamanho de seus nomes.

Os longos nomes dos membros da realeza se tornaram moda no século XVIII. Dom Pedro II – o imperador do Brasil entre 1831 e 1889 –, por exemplo, tinha nada menos do que 15 nomes: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga.

Por que as famílias reais tinham nomes longos?

Os nomes longuíssimos eram “a grande moda” do século XVIII e não era algo restrito apenas aos nomes das famílias reais brasileira ou portuguesa. Isso porque foi nessa época que começou a existir uma crítica por parte da população à realeza, que se opunha ao governo monárquico.

“Nos séculos anteriores já existia essa ideia de criar códigos para justificar e legitimar que um membro da realeza não era ‘normal’, mas sim ‘dotado de algo especial’. A criação de códigos ia de rituais e símbolos a uma sequência de nomes, tudo para que a realeza mostrasse que não eram qualquer pessoa ou mesmo iguais a outros nobres”, afirmou a historiadora Gisele Gellacic em entrevista ao VIX.

Foi então no século XVIII, em meio ao início da crítica à monarquia absolutista, que houve um exagero por parte da realeza na criação de códigos que mostrassem a “diferença”.

Os longos nomes se tornaram normais, tanto para mostrar que os membros reais eram especiais, quanto para distinguir as famílias e mostrar de quais casas reais as pessoas faziam parte.

Além de legitimação, Gisele Gellacic também ressalta que a ligação com a igreja católica na época foi um fator que contribuiu para a criação dos extensos nomes da família imperial brasileira.

“O Brasil era oficialmente um país católico na época imperial, então os nomes da realeza incluíam nomes de santos e anjos por conta dessa proximidade”, contou a historiadora.

Confira abaixo os nomes completos de alguns membros da família real brasileira:

  • Dom Pedro II: Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga
  • Teresa Cristina (esposa de Dom Pedro II): Teresa Cristina Maria Josefa Gaspar Baltasar Melchior Januária Rosalía Lúcia Francisca de Assis Isabel Francisca de Pádua Donata Bonosa Andréia de Avelino Rita Liutgarda Gertrude Venância Tadea Spiridione Roca Matilde de Bourbon-Duas Sicílias
  • Princesa Isabel: Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon-Duas Sicílias e Bragança
  • Princesa Leopoldina: Leopoldina Teresa Francisca Carolina Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon

Foi apenas com a Revolução Francesa, no fim do século XVIII, que os longos nomes acabaram perdendo a função. Após esse período, mesmo que algumas famílias reais tenham continuado, houve uma mudança bem significativa. “No século XIX, com o estabelecimento da sociedade burguesa, do capitalismo e do individualismo, os longos nomes vão perdendo seus sentidos. Começa-se a pensar mais na pessoa como indivíduo, e não mais em relação à família que ela faz parte”, afirmou Gisele Gellacic.

Curiosidades sobre famílias reais

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