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Técnica usada para fazer o bebê desmamar é a pior do mundo, diz psicanalista

Publicado 29 Mar 2018 – 06:00 AM EDT | Atualizado 29 Mar 2018 – 06:00 AM EDT
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Assim como a amamentação fez parte do repertório de novidades que preenchem tanto a rotina da mãe, como do bebê, o desmame também é um momento que acaba chegando para os dois, e que igualmente pede cuidado e orientação. Um desmame abrupto não só pode gerar problemas ao bebê, mas também pode gerar traumas emocionais para a mãe.

A recomendação da Organização Mundial da Saúde é que os bebês mamem exclusivamente até os seis meses e que recebam o leite materno até os dois anos de idade ou mais, para garantir que os benefícios do leite sejam incorporados à saúde do pequeno. A partir desse período fica à cargo das mães demarcarem o fim da amamentação. Isso pode acontecer naturalmente, ou seja, a criança vai largando o peito, ou pode ocorrer gradualmente por decisão da mulher.

Como fazer o desmame

Para os desmames que ocorrem por escolha das mães, há uma vocativa de respeitar o processo do bebê. Significa que há vários hábitos que podem ser incorporados na rotina para que o fim da amamentação aconteça aos poucos e com gentileza. Dito isso, há um técnica bastante usada pelas mães para incentivar seus bebês ao desmame, a “mama dodói”. O método, de acordo com psicanalista Luzinete R. C. Carvalho, vai na contramão do cuidado com o tempo dos pequenos. A profissional explica os impactos negativos em um texto publicado no site do Grupo Virtual de Amamentação.

Técnica para desmamar: Mamãe dodói

A técnica do mama dodói consiste em dizer à criança que a mama está machucada ou doente para não amamentar. Em alguns casos, mães colocam esparadrapos e band-aids nos seios para convencer o pequeno que ela não pode amamentar. A técnica é sistematicamente repetida até que a criança não busque mais o peito.

O que causa?

De acordo com a psicanalista, engana-se quem acredita que privar o bebê de mamar é apenas privá-lo de alimentação. A amamentação é um momento de prazer, de segurança, e muitas vezes de alegria para o pequeno. Assim, segundo Luzinete, dizer que a mama está doente não só indiretamente responsabiliza o bebê por “estragar” sua fonte de prazer, como tira de forma abrupta seu lugar seguro. Luzinete esclarece que há consequências psicológicas em um desmame feito dessa forma, com tendências que se manifestam especialmente na vida adulta.

Impactos psicológicos podem ser observados em:

  • Pessoas que não se sentem merecedoras de coisas boas
  • Pessoas que estão sempre temerosas de que quando algo bom acontece logo algo ruim também acontecerá
  • Pessoas que não creem que aquilo que acontece é bom "de verdade"
  • Pessoas que nunca conseguem simplesmente desfrutar das boas coisas
  • Pessoas que não conseguem sentir prazer sem sentir medo
  • Pessoas que estão sempre desconfiadas e/ou com medo.
  • Pessoas com ansiedade sempre presente.
  • Pessoas assim acabam deixando passar oportunidades
  • Pessoas que não conseguem se entregar verdadeiramente em um relacionamento
  • Pessoas que não conseguem manter a mente positiva
  • Pessoas que não conseguem desfrutar da alegria por medo de que algo ruim aconteça
  • Pessoas que não lidam de forma positiva com o prazer

De acordo com a médica, se a mãe, por suas razões, não quiser esperar pelo desmame natural, ela deve conduzir o desmame de forma gradual, nunca de forma abrupta, negando ou criando artimanhas e estratégias para manter o peito inacessível pois, fazer isso, é começar a relação com o pequeno com mentiras, em alguns casos inofensivas, em outros nem tanto.

Amamentação e desmame

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