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Texto honesto de pai explicando por que fica em casa com filho deve ser lido por TODOS

Publicado 21 Jun 2018 – 03:07 PM EDT | Atualizado 21 Jun 2018 – 03:07 PM EDT
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Cuidar de um bebê não é uma tarefa nada fácil. Muitas mães acabam conciliando o trabalho, a casa e os filhos ou abdicam da carreira para cuidar do lar e das crianças.

Mas na casa do casal de engenheiros civis, Veruska Pessoa e Tiago Prudente as coisas são diferentes. Ele pediu demissão para assumir as tarefas domésticas e cuidar do filho enquanto ela continua trabalhando.

Pai que cuida da casa e do filho

Já faz 1 ano e 2 meses que Tiago decidiu parar de trabalhar para virar dono de casa e cuidar do filho Rauê, de 1 ano e 11 meses. Logo depois de tomar a decisão, ele fez um desabafo no Facebook que acabou viralizando.

“Minha esposa ganha quase o dobro, já tinha passado 8 meses em casa e voltou pro trabalho sendo promovida para um setor que é a cara dela! Tem lógica ela parar em vez de mim?”, escreveu Tiago.

Ele também contou que tomar e viver essa decisão não foi fácil. “A parada é intensa e exaustiva. Conciliar tudo que um bebê exige de você, com suas próprias necessidades, exige uma energia que não foi feita pra uma pessoa só dar conta!”.

No post, Tiago também exalta e parabeniza as mães que conciliam trabalho, casa e maternidade. “Mulheres que conciliam isso tudo com um home office ou alguma outra função não são humanas”.

Obrigações paternas

Em entrevista ao VIX, Tiago contou que, com o passar do tempo, ele começou a contar com a ajuda dos avós maternos e paternos e, que hoje, entende o significado de que é preciso uma “aldeia” para educar uma criança.

“Eu realmente não consigo imaginar como existem mães solos que conseguem criar seus filhos sem uma rede de apoio como a que criamos ao longo do tempo.”, afirmou o pai de Rauê.

Tiago explicou que o texto não era sobre paternidade ativa (conceito que está relacionado a ser pai em todos as suas nuances: emocional, de cuidado, desenvolvimento, etc.) e aproveitou para deixar um recado aos papais de plantão. “Se você é pai e não sabe quais são suas obrigações, volte 10 casas!”, finalizou.

Leia na íntegra o texto de Tiago:

"Quando Veruska engravidou sempre cogitamos ficar um dos dois direto em casa nesse período da 1ª infância de Rauê (quando digo “um dos dos dois” eu quis dizer “ela”). Nos meados da licença dela começamos a pensar em ter uma babá pra ela poder voltar a trabalhar. Até tentamos mas acho que não estávamos pronto. Voltamos pro plano A.

Só tem o detalhe que minha esposa ganha quase o dobro, já tinha passado 8 meses em casa, e voltou pro trabalho sendo promovida para um setor que é a cara dela! Tem lógica ela parar ao invés de mim? Tem sim… só pra lógica que não faz nenhum sentido… a lógica machista!

Sempre me achei uma pessoa livre do machismo e preconceitos de modo geral. Mas se vc tb se considera assim, te falo vei, ele tá lá! Enraizado em vc em pequenos comandos desde que vc nasce! E eu encontrei esse meu lado machista lá no fundo quando foi caindo a ficha de que eu ia ser “dono de casa”, mesmo que por uns tempos. Doeu lá no ego mas tomei a decisão. Ela até deu uma hesitada (até pq o machismo tb tá nas mulheres). Ela não queria passar a imagem de que eu me preocupava mais com a criação de Rauê do que ela (nenhum homem jamais pensaria isso pq é claro que quem tem que ficar em casa é a mulher né?).

Tou fazendo um mês em casa e parece que já faz um ano! Não me entendam mal, está sendo uma experiência incrível e maravilhosa… mas o que quero dizer é que a parada é intensa e exaustiva pa caralho! Conciliar tudo que um bebê exige de vc, com suas próprias necessidades, com o mínimo necessário pra deixar a casa com cara de casa, exige uma energia que não foi feita pra uma pessoa só dar conta! Não pode ter sido!

E é naquela hora, em que vc tá com a papinha no fogo, ele acorda quando não devia com a fralda explodida de merda, vc tentando minimizar danos levando aquela arma biológica pro lixo, contendo seu filho com o pé pra que ele não transforme aquele cenário apocalíptico em algo mto pior, rezando pra papinha não ter queimado e vc ter que começar td de novo, que vc pensa: “Vei! Tem um monte de mulher que faz isso!”.

Há muito tempo atrás eu via donas de casa com aquele ligeiro julgamento de “podia tá trabalhando”; até muito recentemente eu via com normalidade; hj eu vejo com vontade de dar um abraço e dizer “Vc é foda vei!!! Tamo junto!!”. Mulheres que conciliam isso td com um home office ou alguma outra função não são humanas… sério!!!

No fim do dia eu tou tão exausto que é obrigatório um “toma que o filho é teu”, até pq qd o “peito” dele chega ele não quer mais saber de mim. Mas aí é o tempo que sobra pra preparar janta, dar um grau na pia, bater as roupas e fraldas de pano dele (sim… a gente é doido pra usar fralda de pano). Com certeza se eu passasse o dia com ele e de noite ainda tivesse que dar conta de amamentar eu já teria surtado! Mas será que tem gente que consegue isso? Adivinha?

E pensar que tem mulher que de noite, qd pede uma ajuda, ainda houve um “foi cansativo hj no trampo”. Velho, nunca fui de trabalhar pouco, mas te falo, meu emprego seria o recreio daqui.

Esse textão todo foi só pra chegar até aqui… Sempre fui considerado “um marido que ajuda em casa”, “um paizinho que ajuda com o filho” (so “ajuda” né? afinal a responsabilidade todo mundo sabe que é dela). Mesmo assim, esse um mês, além de ter sido uma experiência incrível de poder acompanhar meu filho no desenvolvimento dele, me fez acordar pra “carga mental” da gestão do lar que, pra maior parte das tarefas, esteve sob responsabilidade de minha esposa ao longo desses 8 anos! Foi mal aê! :P

Importância do pai na criação dos filhos

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