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Em homenagem formidável, mãe de Boechat retruca quem diz que ela perdeu um filho

Publicado 10 Mai 2019 – 12:55 PM EDT | Atualizado 10 Mai 2019 – 12:55 PM EDT
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No início de fevereiro deste ano, o Brasil inteiro se chocou com um acidente que, além de ser trágico por si só, vitimou um dos mais respeitados jornalistas do país, Ricardo Boechat. Na ocasião, o apresentador retornava à São Paulo após um evento em Campinas, mas a curta viagem foi interrompida quando o helicóptero que o transportava caiu em meio à rodovia Anhanguera, tirando a vida de um homem que era extremamente adorado por todos que o rodeavam, o ouviam ou o assistiam.

Na época, as redes sociais e programas jornalísticos ficaram recheados de homenagens a Boechat e, três meses depois, a BandNews FM – rádio cujo principal jornal ele comandava – voltou a mencioná-lo com carinho, mas de forma diferente. Em véspera de Dia das Mães, a emissora convidou a mãe do jornalista, Mercedes Carrascal, para falar sobre a data e, em sua mensagem, ela fez uma linda reflexão sobre mães que perderam seus filhos.

BandNews e mãe de Boechat homenageiam jornalista

Nos últimos dias, o quadro “Devaneios” do Jornal da Band – dedicado a textos, poesias e prosas – tem veiculado mensagens de mães que são próximas à redação e, um dia antes de a morte de Boechat completar exatos três meses, Dona Mercedes foi convidada a enviar uma mensagem à rádio – e, ao anunciá-la, o apresentador Eduardo Barão, amigo do jornalista, não conseguiu conter a emoção.

“Amanhã faz três meses da tragédia que nos levou o nosso amigo carequinha, um cara espetacular que mora eternamente no nosso coração, Ricardo Boechat, então essa lembrança que você vai ouvir a partir de agora é de uma pessoa muito querida, muito próxima, muito amiga. Para encerrar esse jornal na BandNews FM, tem ‘Devaneios’ com a dona Mercedes, para quem eu mando um beijão”, disse Eduardo, com a voz embargada.

Apesar de o momento ser triste, dona Mercedes transformou a dureza da situação em algo bonito, lembrando em sua mensagem que, para uma mãe, os filhos nunca verdadeiramente vão embora.

No segundo domingo de maio, festejamos as mães. As biológicas, as adotivas, as presentes e as ausentes. Lembranças de nossa infância e da infância de nossos filhos vêm à nossa mente; beijos, abraços, presentes e a felicidade de estarmos juntos. Mas há outro grupo de mulheres que, nesse dia, o coração está mais apertado. São aquelas que, quando passam, escutam murmurar: ‘Coitadas, perderam o filho’. Isso não é verdade, não perderam nada. Elas tiveram um filho que permanece na sua mente e no seu coração. Tiveram com eles sonhos, esperanças, sofrimentos, frustrações, com os quais riram e choraram. Que ouviram balbuciar, viram aprender a andar, a levantar-se, a cair, a pular, a ler, a escrever, e que, depois, escolheram seus caminhos. Enfim, que se fizeram homens e mulheres. Sim, os tivemos pulando dentro de nós, são parte de nós. Não importa em que parte do caminho eles deixaram de percorrer, mas, se eles nos deixaram, a sua presença permanece em nossas mentes e estão vivos em nossos corações. Os sentimentos daquilo que eles nos deram permanecem em nós, por isso devemos festejar essa data: pois sempre seremos mães. Feliz Dia das Mães.

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