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Mãe de Boechat, dona Mercedes mostra em fala que filho teve a quem puxar no caráter

Publicado 12 Fev 2019 – 04:21 PM EST | Atualizado 12 Fev 2019 – 04:25 PM EST
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Enquanto retornava à São Paulo após um evento em Campinas, Ricardo Boechat, um dos maiores jornalistas do país, morreu em um acidente de helicóptero deixando uma legião de fãs, colegas, amigos e familiares desolados.

Entre as muitas declarações de admiradores e entes queridos em homenagem a ele, é possível destacar o quão notável era seu caráter – e, durante seu velório, a mãe do jornalista, Mercedes Carrascal, mostrou que ele teve muito a quem puxar.

Mãe de Boechat mostra a quem o filho puxou

Entrevistada por jornalistas que estavam no local, Mercedes mostrou que, assim com o filho, é um bocado carinhosa. Em sua fala, ela relembrou a infância do filho, afirmando que, quando ele começou a falar, já pronunciava as palavras perfeitamente – contando de forma doce como mesmo pequeno ele já era diferente dos demais.

“Era um menino que os velhos gostavam muito porque ele gostava de falar com as pessoas de idade, pequenininho, assim, com seis anos, perguntava as coisas, e nós velhos gostamos de contar”, disse ela, demonstrando ter, inclusive, a mesma eloquência do filho, que, segundo ela, já pronunciava tudo perfeitamente logo que começou a falar pouco após o primeiro ano de vida.

Com seu sotaque carregado, ela mostrou que Boechat puxou a mãe também na humildade. “Eu acho que ele iria ficar assombrado de ver a quantidade de gente que demonstrou carinho por ele, porque ele não fazia as coisas solicitando recompensa. Eu fiquei de boca aberta com depoimentos das pessoas de todas as classes sociais sobre o meu filho”, relatou.

Ainda demonstrando humildade, ela disse não ter achado que o caixão tinha “cara de Ricardo” inicialmente, mas que alguns enfeites colocados sobre ele transformaram sua opinião. “Aquelas coisas de táxi que botaram em cima do caixão dele foram maravilhosas. Eu falei: ‘Agora sim é o caixão de Ricardo’”, explicou, se referindo a enfeites que motoristas de táxi colocaram ali durante o velório como forma de homenagear o jornalista que tanto ouviam.

Em seu depoimento, ela também mostrou que, assim como Boechat, não tem medo de criticar os grandes, expressando seu desejo de que a sociedade se transforme. “Tem tanto valor um porteiro como um médico porque cada um no seu trabalho se desempenha com dignidade, é necessário e importante para a sociedade. Não vamos acabar com os problemas sociais se não mudarmos as cabeças, se não exigirmos o respeito que o povo tem que ter”, disse.

Ela também aproveitou para se declarar ao filho. “Eu tenho muito orgulho do homem que foi meu filho. Ser âncora ou não ser âncora era um aditivo, um adereço, mas do homem honesto, correto, sincero, o homem que tanto falava com faxineiro, com o mendigo de rua com o mesmo carinho”, disse ela, fazendo com que os jornalistas do local a saudassem.

Assista à entrevista completa:

Morte de Boechat

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