Sucesso da Netflix, "Eu Me Importo" é inspirado em histórias reais: entenda
Mesmo no início de 2021, "Eu Me Importo" já se tornou um dos maiores sucessos do ano da Netflix. O filme, que inclusive rendeu um Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Comédia à protagonista Rosamund Pike, é um suspense misturado com comédia estrelado por Pike ("Garota Exemplar"), Peter Dinklage ("Game of Thrones") e Eiza González ("Baby Driver").
No longa-metragem, uma mulher que ganha a vida roubando de idosos – enganando juízes para que a apontem como sua "tutora legal" – fica em apuros quando descobre que sua última vítima tem ligações com um poderoso gângster.
Apesar da história inacreditável, o diretor e roteirista Jonathan Blakeson já confirmou durante coletivas de imprensa que, apesar dos personagens fictícios, os acontecimentos do filme foram inspirados em histórias reais
Histórias reais do filme "Eu Me Importo"
Em conversas durante coletivas de imprensa, Jonathan Blakeson (que também é responsável por "A 5ª Onda" e "O Desaparecimento de Alice Creed") afirmou que todos os personagens de "Eu Me Importo" são fictícios, mas que todos os eventos do filme são inspirados por notícias reais – que ele mesmo leu sobre antes de começar a trabalhar no roteiro do longa.
"A ideia surgiu quando ouvi notícias sobre esses tutores legais predatórios que estavam explorando essa brecha legal e explorando a vulnerabilidade do sistema para tirar vantagem dos idosos, basicamente privando-os de suas vidas e bens para encher seus próprios bolsos", contou o diretor durante uma entrevista em que a Cosmopolitan estava presente.
"Essas histórias eram horríveis e bastante comuns. Fiquei chocado ao saber que isso acontece em vários lugares e pensei que havia algo quase kafkiano sobre alguém batendo na sua porta e simplesmente levando você por um motivo que é válido. Eles tinham a lei ao seu lado e não havia nada que pudesse ser feito", completou.
No filme, Marla Grayson (Rosamund Pike) é uma renomada guardiã legal que "cuida" de pessoas idosas e ricas. Às custas delas, a golpista leva uma confortável vida de luxo. E foi por meio de histórias reais que a personagem foi construída.
Um dos acontecimentos reais foi o caso do cuidador April Parks, de Nevada, nos Estados Unidos. O homem tinha uma empresa chamada "A Private Professional Guardian" e era guardião de mais de 400 pessoas – sendo que quase todas as guardas foram conseguidas de modo ilegal, em audiências que duravam menos de dois minutos. Parks foi condenado em 2019 por mais de 100 acusações de perjúrio, dezenas de acusações de furto e exploração de idosos e uma acusação de extorsão.
"Essa e outras histórias forneceram muitos temas que me interessaram, como a ambição, a realização do sonho americano e humanos se tornando ações de empresas. Então a história começou aí. Eu me sentei e escrevi isso sozinho, transformando tudo no filme 'Eu Me Importo'", finalizou Blakeson.