null: nullpx
ciência-Mulher

Como foi encontrado e o que é o "grande vazio" detectado em pirâmide egípcia?

Publicado 14 Nov 2017 – 02:14 PM EST | Atualizado 15 Mar 2018 – 11:35 AM EDT
Compartilhar

Um grupo formado por especialistas de vários países publicou um estudo no jornal interdisciplinar científico Nature sobre descoberta acerca de um dos monumentos mais antigos da humanidade. Mesmo tendo sido construída entre os anos de 2570 a.C. e 1300 a.C., a Pirâmide de Quéops ainda escondia um salão enorme e vazio até recentemente.

O que é o "grande vazio"? 

Batizado de "grande vazio", o espaço mede cerca de 30 metros de comprimento, aproximadamente o mesmo tamanho de um avião comercial. De acordo com o estudo, se trata da maior descoberta na pirâmide desde o século 19 e tudo indica que está totalmente fechado, nunca tendo sido tocado ou violado desde a construção do monumento.

Medindo um total de 139 metros de altura e 230 de largura, a pirâmide de Quéops fica no famoso complexo de Gizé, no qual também se encontra a Grande Esfinge. O espaço vazio na parte de dentro fica bem próximo do centro da pirâmide, onde está localizada a chamada Câmara da Rainha.

Como o grande vazio foi encontrado dentro da pirâmide

Quem conduziu o estudo foi uma associação internacional chamada " ScanPyramids", que tem como objetivo justamente escanear as pirâmides e descobrir segredos internos de formas não invasivas. Isso significa que o "grande vazio" foi visto do lado de fora do monumento, usando uma técnica bastante curiosa semelhante a um raio-X. 

Na verdade, eles lançaram na estrutura partículas cósmicas chamadas múons e analisaram o comportamento delas. "A radiografia de múon nos permite visualizar os vazios conhecidos e potencialmente desconhecidos na pirâmide de maneira não invasiva", relata a equipe no estudo. 

Funciona da seguinte forma: essas partículas são formadas na alta atmosfera por raios cósmicos, mas, mesmo assim, é possível usá-las em pesquisas desse tipo aqui na superfície da Terra. Elas foram ideais para o estudo devido ao seu comportamento: são freadas ou barradas quando encontram matéria.

Ou seja, no caso específico da Pirâmide, os múons foram lançados do lado de fora e mediu-se quantas partículas foram encontradas do lado de dentro. Quanto maior esse número, significou que menos matéria foi encontrada no caminho dos múons. Como muitos foram medidos em um determinado local, chegou-se a conclusão que ali estava um "grande vazio".

Testes feitos três vezes diferentes

Para que não houvesse dúvida ou erro, a equipe do ScanPyramids dividiu-se em três grupos: um com membros da Universidade japonesa de Nagoya, outro formado por um laboratório francês chamado CEA e ainda um terceiro com japoneses do centro de pesquisas Kek.

As técnicas que eles usaram eram distintas, mas todas baseadas nas partículas múon. As três chegaram à mesma conclusão sobre o grande vazio. "Esses resultados constituem um avanço para a compreensão da pirâmide sua estrutura interna", concluiu o estudo.

A pesquisa é um importante passo que une técnicas atuais para descobrir mais sobre o passado da humanidade. "Embora atualmente não haja informações sobre o papel desse vazio, essas descobertas mostram como a física moderna de partículas pode lançar novas luzes sobre o patrimônio arqueológico do mundo".

Mais sobre Egito Antigo

Compartilhar
RELACIONADO:ciência-Mulhermundo-Mulher

Mais conteúdo de interesse