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Chuva de meteoros deixada pelo Halley está visível AGORA: como e quando observar?

Publicado 18 Out 2017 – 11:10 AM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 01:38 PM EDT
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Chuvas de meteoros são eventos aguardados o ano inteiro, já que algumas tem a periodicidade bem marcada. Esse é o caso dos Orionídeos, meteoros que entram na Terra pela constelação de Órion entre os meses de outubro e novembro. O próximo final de semana será marcado pelo pico desse evento - mais precisamente entre os dias 20 e 22 de outubro.

Mas caso você perca a maior incidência da chuva de meteoros, não se preocupe: eles estão visíveis desde o dia 15 de outubro e devem permanecer assim até 29 do mesmo mês, de acordo com o site especializado Space.

Chuva de meteoros orionídeos: resquícios do halley 

O famoso cometa Halley passa perto da Terra a cada 75 ou 76 anos. A última vez que passou pela vizinhança foi no ano de 1986, mas isso não significa que não deixe rastro até hoje. O professor Jacques Lepine, titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), explicou ao VIX que a cauda cometária do Halley é "hiper longa".

"Apesar de ele não estar mais aqui, alguns pedaços permaneceram atrasados. Essa órbita do cometa define uma região no espaço e a Terra, todo ano, passa por esse lugar", explicou o especialista. O que acontece, então, é que nosso planeta está passando pela "sujeira" deixada pelo cometa no espaço.

Nome vem da constelação de Órion

De acordo com Lepine, os traços visíveis no céu, que nada mais são do que os meteoros, "dão impressão que estão vindo da constelação de Órion, por isso o nome". O Caçador, como também é conhecido o conjunto de estrelas, acaba servindo como uma porta de entrada dos meteoros por conta da posição da Terra no momento em que passa pelos detritos do Halley.

Orionídeos passarão pela Terra até novembro

O início dessa passagem da Terra pelos detritos, ou seja, o começo da chuva de meteoros foi nos primeiros dias do mês de outubro. Em novembro, a órbita do planeta deixará para trás os rastros de poeira cometária.

O auge da chuva de meteoros acontece entre os dias 20 e 22 de outubro, quando os detritos vão se chocar com a atmosfera da Terra a uma velocidade de 238 quilômetros por hora. "Eles são imprevisíveis e não chegam nem no solo, se desfazem na atmosfera. Não há, portanto, perigo de destruir uma casa", exemplifica o especialista em tom tranquilizador. 

Como ver a chuva de meteoros orionídeos

Estima-se que no auge até 80 meteoros poderão ser visto por hora. Porém, especialista da Nasa ouvido pelo site científico norte-americano Space conta com algo mais moderado: entre 20 e 30 cometas por hora. 

Para assistir, é preciso procurar um lugar com pouca iluminação artificial, como cidades por exemplo. Depois, será necessário encontrar Órion, que se mostra mais visível após as 2 horas da madrugada.

Procure as Três Marias

Órion é uma constelação avistável e bem conhecida no céu brasileiro. Provavelmente você já deve ter ouvido falar e até avistado as famosas "Três Marias". Esse foi o apelido que demos ao que, na verdade, é o cinturão de Órion - três estrelas alinhadas uma ao lado da outra, que são vistas ao centro da constelação na imagem abaixo: 

Você também pode usar alguns aplicativos para celular (como o Sky Map e o Night Sky) que fornecem um mapa preciso do céu e das constelações usando o GPS do seu dispositivo e mostrando as estrelas ao seu redor.

Meteoro não é o objeto que se choca, e sim o fenômeno de luz

A palavra "meteoro", em grego, significa literalmente "o que está no ar". "Por isso a meteorologia é o estudo do que está no ar", exemplificou ao VIX o professor Enos Picazzio, também do IAG da USP, quando falou sobre a chuva de meteoros Perseidas.

Isso explica que "meteoro" não é um objeto no espaço que se choca com a Terra, mas sim um fenômeno luminoso que ocorre na atmosfera.

Luz no céu é gerada pelo atrito

Picazzio esclarece que o choque dos detritos com nossa atmosfera gera um atrito muito alto que esquenta os grãozinhos a uma temperatura tão alta que eles são fundidos e desintegrados.

A luz que vemos é fruto dessa reação no céu. "Você vê só um pedacinho brilhando depois desaparece. Isso indica que o grãozinho foi vaporizado pela atmosfera".

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