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Vimos “Santa Clarita Diet”: o que você precisa saber sobre comédia grotesca e fofa

Publicado 8 Fev 2017 – 04:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Apática, cheia de medos, excessivamente discreta e submissa, Sheila Hammond (Drew Barrymore) precisa - literalmente - morrer para ganhar vida. Depois de um estranho incidente em que vomita basicamente tudo que há dentro de si, a corretora de imóveis se torna uma espécie de zumbi e, pela primeira vez, começa a viver plenamente. Essa é a premissa da nova comédia da Netflix, “Santa Clarita Diet”.

Proposta honesta

Um dos pontos altos da série é o roteiro linear e despretensioso – ideal para matar em uma maratona no final de semana. Com dez episódios de cerca de 30 minutos, “Santa Clarita” é uma comédia bem leve, simples e fácil de acompanhar. Na produção, vemos a transformação de toda a família Hammond quando Sheila vira sedenta por carne humana – fato que é tratado mais como um “contratempo” familiar do que como uma grande ameaça à humanidade, como em boa parte das histórias de mortos-vivos.

É justamente esse tratamento natural a esse impasse com assassinatos que dá o tom absurdo da comédia estrelada e produzida por Drew Barrymore: os dramas do dia a dia misturados às situações grotescas – sem se aprofundar muito em nenhum dos dois aspectos – tornam “Santa Clarita” um programa sem grandes destaques, mas ainda assim divertido.

Química familiar

O núcleo familiar composto por Drew, Timothy Oliphant e Liv Hewson é o coração da série. A química entre o casal e a filha é completa e convence o público da conexão que existe entre eles – o que faz com que acabemos torcendo por Joel (Oliphant) e Abby (Hewson), mesmo em situações “moralmente” erradas. Enquanto Joel é o marido apaixonado, meio perdido e levemente ingênuo, que não sabe muito bem como ajudar a esposa, Abby é a filha adolescente revoltada, que sente como houvesse perdido a mãe antiga e ganhado uma nova.

Vida nova

A série tem um pano de fundo comum no gênero: uma cidade pacata, vizinhos intrometidos e uma escola de ensino médio clássica. Todo esse cenário se transforma junto com Sheila: se antes ela se colocava como mais uma pessoa sem graça e comum da vizinhança, seu novo mote de “morte” é: não passar vontade. Guiada pelos instintos, ela precisa controlar as ações por impulso, que vão de comprar um carro a devorar um ser humano.

Apesar de brincar com conceitos um pouco mais filosóficos, como as diferenças entre viver e apenas existir, seria preciso “forçar a barra” para tirar daí lições muito mais profundas. A graça e a leveza de “Santa Clarita Diet” estão justamente nas trapalhadas e malabarismos de um casal que, de repente, se torna serial killer e precisa decidir quem merece virar alimento ou não, ao mesmo tempo em que precisam manter a filha rebelde na linha e o casamento de pé.

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