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Como eram os outros hominídeos que viveram com o homo sapiens no passado?

Publicado 7 Jul 2017 – 06:00 AM EDT | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Desde sinais do surgimento do primeiro símio na escala evolutiva, há cerca de 10 milhões de anos, muita coisa aconteceu para nossa espécie chegar até hoje. Nós, os homo sapiens sapiens, somos os únicos sobreviventes da espécie dos hominídeos, mas já compartilhamos a Terra com outras subespécies muito parecidas conosco.

Surgimento dos primatas: antepassados

Em uma breve linha do tempo evolutiva, encontramos que a primeira forma de vida na Terra foram bactérias, entre 3,6 e 4,2 bilhões de anos. Apenas há 400 milhões de anos que os primeiros animais saem dos oceanos e habitam a superfície do planeta - primeiro anfíbios e depois répteis. Em 200 milhões de anos, surgem os primeiros mamíferos, pequenos roedores, até que, enfim, somente há 10 milhões de anos nasce o primeiro animal de características primatas.

Três milhões de anos depois, os cientistas afirmam que houve um racha na descendência desta espécie: um tronco teria resultado em chimpanzés e gorilas e outro tronco em nós. Há elos perdidos nesta trajetória, mas uma espécie já é bastante conhecida dos paleontólogos e geneticistas: o australopithecus.

Estima-se que o australopithecus tenha vivido entre 3,9 milhões e 2,5 milhões de anos. A famosa descoberta de Lucy, primeiro fóssil completo encontrado pelo homem moderno é uma fêmea desta espécie. Sabe-se que mediam cerca de 1,2 metro de altura, tinham cérebros pequenos e viviam sobre árvores. Descobertas mais recentes questionam se somos descendentes deles ou se houve uma divisão na espécie anterior a seu surgimento.

Quem conhecemos bem e há certeza de ter sido nosso antepassado é o homo erectus. Esta espécie viveu entre 2 milhões e pouco mais de 300 mil anos atrás. Atingia até 1,70 metro e 70 quilos, e seu volume craniano chegava a 1250 cm³, 50% maior que seus ancestrais. É possível que o elo entre o homo erectus e seus antepassados seja o homo habilis, que teria vivido entre 2,2 milhões e 780 mil anos atrás - suas características são bastante diferentes da linhagem que o sucedeu.

A tese majoritária é que a espécie homo erectus nasceu na África e se espalhou pela Europa, Ásia e Oceania. Foi com eles que aprendemos a efetivamente andarmos em dois pés, a lidar com o fogo, a cozinhar alimentos e a se organizar em comunidades.

Hominídios semelhantes: quase irmãos

A história da evolução não é linear. Especialistas afirmam que é impossível hoje garantir que uma espécie é a evolução necessária da outra, até porque tais saltos evolutivos ocorrem ao longo de milhares de anos e há muita informação que se perde nestas passagens.

Sabe-se, contudo, que algumas espécies muito semelhantes a nossa existiram ao mesmo tempo sobre a Terra - a mais recente delas, desapareceu somente há 30 mil anos. Acredita-se que os primeiros homo sapiens surgiram há 190 mil anos, mas uma nova descoberta fóssil no Marrocos ampliar provar que já existimos desde 300 mil anos atrás.

Veja abaixo outros hominídios que conviveram com o homem:

Homem de Neandertal

O Homem de Neandertal era tão parecido conosco que sua nomenclatura científica é também de homo sapiens - ele, sapiens neanderthalensis; nós, sapiens sapiens. A análise do DNA de seus fósseis confirmou que se assemelha ao de nossa espécie em 99,7%.

De todas outras sub espécies de hominídeos, foi a mais próxima de nós geneticamente, fenotipicamente e, também, do ponto de vista cultural. Os neandertais viveram entre 350 mil anos até 30 mil anos, aproximadamente, e tinham, em média, 1,65 metro e corpo bastante musculoso; seu crânio era levemente maior que o nosso.

Ocuparam praticamente toda Europa continental e apresentavam características bastante sofisticadas: cozinhavam alimentos, tinham ferramentas elaboradas, dominavam uso de plantas medicinais e até foram capazes de desenvolver uma linguagem rudimentar (cientistas ainda debatem se, de fato, se comunicavam por linguagem).

As causas de sua extinção não são claras, mas se dividem em duas hipóteses principais. Uma indica que mesmo antes da chegada do homo sapiens africano à Ásia e Europa, já estavam em rota de extinção, causada por uma erupção vulcânica anos antes. A outra é de que foram incorporados e destruídos pela espécie mais eficiente.

Homem de Flores

Não há certeza se o homo floresiensis conviveu com o homo sapiens. Hoje, a hipótese mais aceita é que sua extinção ocorreu há 50 mil anos, na Ilha de Flores, na Indonésia, o que significaria que não houve contato com nossa espécie, que teria chegado lá há apenas 35 mil anos. Antes, acreditava-se que teriam existido até 13 mil anos atrás.

Suas características físicas renderam o apelido de hobbits: tinham apenas um metro de altura e cérebro minúsculo, de 380 cm³, embora apresentassem capacidade desenvolver ferramentas elaboradas. Mistura elementos encontrados em australopithecus, homo erectus e homo sapiens.

Homem de Denisova

Sua origem e seu fim ainda são misteriosos para a ciência. Não é para menos: foi apenas há sete anos, em 2010, que esta sub espécie hominídea foi descoberta - e nem tem nome científico ainda. Denisova é a caverna na Sibéria, divisa entre China e Mongólia, onde um fóssil encontrado deu origem à descoberta.

Até aqui, a melhor hipótese é de que os denisovanos tenham vivido entre um milhão e 40 mil anos, e certamente houve cruzamento genético entre eles, os neandertais e os homo sapiens. A descoberta de seu genoma foi uma bomba para os estudos da evolução humana, pois foi constatado que, entre todos hominídeos, é o que apresenta mais variações genéticas e também apresentou genes de uma nova espécie homo ainda não catalogada.

Evolução humana

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