Nasa lança balão que tem tamanho de estádio de futebol: para que ele vai servir?
*Matéria publicada em 26 de abril de 2017
Em parceria com diversas universidades do mundo, a Nasa lançou, na segunda-feira (24), um balão do tamanho de um estádio de futebol (18,8 milhões de metros cúbicos). Ele vai circundar a atmosfera terrestre com um objetivo: detectar partículas raras de energia alta, um dos grandes mistérios da ciência.
“Será que elas (as partículas raras de energia alta) vêm de buracos negros imensos no centro das galáxias? De estrelas minúsculas que giram rápido? Ou de outro lugar?”, eis a dúvida que incomoda os cientistas há anos, e que foi levantada por uma das principais pesquisadoras do projeto, Angela Olinto, da Universidade de Chicago, em comunicado oficial.
Balão da Nasa: missão
Criado para coletar dados do espaço a 34 km acima da Terra, o Balão de Super Pressão (SPB, em inglês) é feito de um filme de polietileno mais forte e acopla um telescópio refletor com uma câmera, que vai captar 400 mil imagens por segundo. Tudo isso, claro, para garantir que ele consiga capturar algumas partículas.
Raríssimas, elas são chamadas de “partículas cósmicas de energia ultra-alta" e vêm de fora da galáxia. Penetram a atmosfera terrestre e circundam o planeta a uma taxa de aparição na proporção de uma partícula por km2, por século. Ou seja, é extremamente difícil de encontrá-las, ainda que produzam banhos de raios cósmicos perto da Terra.
O novo telescópio, acoplado dentro do balão, também funciona no modo noturno, e consegue capturar a fluorescência ultravioleta produzida pela interação desses “chuveiros” de partículas com as moléculas de nitrogênio no ar da atmosfera do nosso planeta.
Por isso, ele voa à mesma velocidade do vento, e deve ficar por volta de 100 dias captando as imagens – recorde de voo do balão, que já chegou a ser lançado algumas vezes em outras ocasiões.
O equipamento poderá ser visível do solo nos próximos meses, particularmente ao nascer e pôr-do-sol, para aqueles que vivem nas latitudes médias do Hemisfério Sul, como Austrália, Argentina e África do Sul. O voo pode ser rastreado em um mapa em tempo real aqui.
“A um custo relativamente baixo, os balões da Nasa se tornaram veículos de lançamento para testar novas tecnologias e instrumentos científicos para garantir o sucesso de missões de voos espaciais mais caras e de alto risco”, disse Debbie Fairbrother, chefe do Escritório de Balões da NASA.
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