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Neurologistas finalmente desvendaram o que acontece no cérebro de quem tem dislexia

Publicado 6 Jan 2017 – 09:00 AM EST | Atualizado 20 Mar 2018 – 12:57 PM EDT
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Você já ouviu falar em dislexia? O transtorno, que atinge cerca de 5% a 10% da população mundial, é caracterizado por uma dificuldade de aprendizagem, reconhecimento e entendimento de palavras e soletração segundo a Associação Internacional de Dislexia (IDA, em inglês).

Fato é que, apesar da plena compreensão sobre os sintomas e o diagnóstico do transtorno (dispersão, dificuldade em aprender a falar, falta de interesse em leitura e fraco desenvolvimento da coordenação motora, por exemplo), os neurologistas ainda não tinham conhecimento sobre o que acontece de fato no cérebro das pessoas que sofrem com o problema.

Mas, parece que, finalmente, este mistério foi desvendado. 

O que acontece no cérebro de quem tem dislexia?

Um estudo da Universidade de Boston em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT) descobriu a diferença entre o cérebro de alguém diagnosticado com dislexia e de quem não tem o transtorno, por meio de um scanner que monitorou o comportamento do cérebro durante a execução de algumas atividades.

Cientistas descobriram que quem não possui dislexia tem o cérebro com mais plasticidade. Isso significa que ele consegue se adaptar melhor para deixar fáceis tarefas que eram difíceis. Quem tem dislexia não tem essa capacidade.

Explicando melhor: quem não possui o transtorno consegue reconhecer a repetição de palavras ou imagens em um processo chamado de “adaptação neural”. “Você aprende alguma coisa na primeira vez que faz você ser capaz de fazer uma segunda vez, e a facilidade é marcada por uma redução da atividade neural. Porque você já fez antes, então é fácil fazer de novo”, explica John Gabrieli, do MIT.

Nos disléxicos, o cérebro é mais exercitado para entender a mesma informação que já viu antes como se fosse a primeira vez. Esse processo pode ser bem observado durante uma variedade de estímulos, que não se mostra só quando a pessoa vai ler algo, mas também quando precisa reconhecer palavras faladas, objetos e rostos.

Apesar da descoberta, ainda não existe uma cura para o distúrbio. Mas a pesquisa publicada no periódico científico Cell conseguiu observar os níveis de oxigenação da regiões afetadas e revelou que é possível aliviar os efeitos da dislexia aumentando a plasticidade do cérebro por meio de técnicas de estimulação eletromagnética, que ainda se encontram em fase de testes.

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