Autor de novelas clássicas da TV brasileira — incluindo “Dancin’ Days” (1978), “Vale Tudo” (1988) e “Celebridade” (2003) —, Gilberto Braga morreu na noite de terça-feira (26), aos 75 anos. O novelista estava internado desde sexta-feira (22) em um hospital da zona sul do Rio de Janeiro e foi vítima de complicações por conta de uma infecção sistêmica.
Casado com o decorador Edgar Moura Brasil, seu companheiro por quase 50 anos, Gilberto faria aniversário no próximo dia 1º de novembro. Relembre a carreira do autor abaixo!
Carreira e novelas de Gilberto Braga

O primeiro trabalho de Gilberto Braga na Globo foi em 1972, com uma adaptação de “A Dama das Camélias” para o programa “Caso Especial”, com direção de Walter Avancini. A história foi protagonizada por Glória Menezes.
Pouco tempo depois, vieram alguns outros episódios para o “Caso Especial”. Um deles, especificamente, fez muito sucesso na época: “As Praias Desertas”, que tinha no elenco Dina Sfat, Yoná Magalhães e Juca de Oliveira.
A experiência de escrever uma novela veio em 1974. Sob o título “A Corrida do Ouro”, Gilberto assinou a trama ao lado de Lauro César Muniz e Janete Clair. Ele tinha apenas 29 anos e sua grande fonte de inspiração e formação foi Janete, como fazia questão de dizer em entrevistas que concedeu ao longo de sua carreira.
Vieram, então, as adaptações de livros de Machado de Assis: “Helena” e “Senhora”, ambas exibidas em 1975. Seu primeiro grande sucesso, no entanto, foi “Escrava Isaura”, exibida em 1976: um marco da teledramaturgia brasileira. A adaptação, que tornou Gilberto muitíssimo conhecido quando tinha apenas 31 anos, foi uma das obras mais vendidas e exibidas no mercado internacional.

A estreia no chamado horário nobre, das 20h, foi em 1978, com “Dancin’ Days” e a moda das meias Lurex e das discotecas. Sonia Braga despontava no papel principal – que tinha a personagem de Joana Fomm como antagonista.
Na década de 1980, o autor foi responsável por títulos como “Agua Viva” (1980), “Brilhante” (1981), “Louco Amor” (1983), “Corpo a Corpo” (1984) e “Anos Dourados” (1986).
Em 1988, Gilberto foi o responsável por “Vale Tudo”, uma discussão sobre a ética no país, que costurava a história de uma mãe, papel de Regina Duarte, enganada pela própria filha, vivida por Gloria Pires. A obra foi um marco da TV e criou enorme expectativa em sua reta final, com o mistério “quem matou Odete Roitman (Beatriz Segall)?”.

Na década de 1990, Braga escreveu as produções “O Dono do Mundo” (1991), “Anos Rebeldes”(1992), “Pátria Minha” (1994), “Labirinto” (1998) e “Força de Um Desejo” (1999).
Suas quatro últimas novelas da Globo foram “Celebridade” (2003), “Paraíso Tropical” (2007), “Insensato Coração” (2011) e “Babilônia” (2015).