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"Gênesis" mudou história de Lia, Raquel e Jacó: o que realmente está na Bíblia

Publicado 26 Jul 2021 – 05:10 PM EDT | Atualizado 26 Jul 2021 – 05:10 PM EDT
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Lia realmente nunca foi a mais amada e querida por Jacó, isto é fato! No entanto, alguns detalhes desta história foram alterados para poderem ser retratados na novela " Gênesis", da Record TV.

Na Bíblia, Raquel não é vista como uma vilã e, sim, como a mulher que foi a escolhida do filho de Isaque e não de Deus. Desprezada e vítima de muito sofrimento, Lia recebeu inúmeras dádivas, sendo capaz de conceber mais da metade dos filhos de Jacó!

Qual é a verdadeira história de Jacó, Lia e Raquel

A história de Lia se tornou uma das mais conhecidas da Bíblia, principalmente por conta de sua devoção a Deus e das formas que os planos divinos se concretizaram, através das enganações de Labão, o pai da jovem.

Como em "Gênesis", na Bíblia, ao chegar em Harã, Jacó acabou conhecendo Raquel e se apaixonou imediatamente pela prima e não demorou nem um mês para que o filho de Isaque fizesse a proposta de casamento para Labão.

Por não ter como pagar dotes pela união, Jacó decide se oferecer como servo de seu tio durante sete anos, para, ao fim, poder finalmente se casar com a aquela que julga ser a mulher de sua vida.

Ao contrário da novela bíblica, Raquel nunca foi uma vilã. A jovem também se apaixonou verdadeiramente pelo primo, no entanto, ela não era aquela a qual Deus escolheu para os planos do filho de Isaque e Rebeca.

Durante os sete anos em que Jacó serviu como escravo, o amor pela jovem nunca diminuiu, pelo contrário. Cada vez mais apaixonado por ela, todos os esforços fizeram com que o tempo passasse mais rápido.

“Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava” (Gn. 29:20)

No entanto, ao fim do acordo, Labão decidiu não cumprir a sua parte, para fazer com que sua filha mais velha tivesse finalmente um casamento. Descrita por seu olhar terno, Lia era muito diferente da irmã mais nova, que se destacava por toda sua beleza.

Desprezada por muitos, a primogênita de Labão nunca conseguiu se casar e, por ter se encantado pelo primo, concordou em fazer parte de uma das armações do pai. Na trama, Lia é contrária ao plano de Labão.

No dia do casamento, foi entregue a Jacó uma noiva completamente coberta, com um véu pesado e um roupas longas e esvoaçantes, o que não lhe fez suspeitar de nada.

Durante a noite de núpcias, a escuridão da tenda contribuiu para que Lia não fosse reconhecida pelo noivo, aliado ao fato de que ela apenas sussurrava para que sua voz não lhe entregasse. Na novela, o jovem acabou sendo dopado para não perceber a mudança.

Apenas com a claridade da manhã, Jacó constatou que foi enganado por seu tio e se enfureceu completamente, indo atrás de Labão tirar satisfações.

Em uma nova conversa, o pai das irmãs justificou que as coisas em Israel não eram feitas daquela forma. O certo seria a irmã mais velha se casar primeiro e, apenas depois, a irmã mais nova poderia ser concedida.

"Decorrida a semana desta, dar-te-emos também a outra, pelo trabalho de mais sete anos que ainda me servirás” (Gn. 29:27)

Sem opções, Jacó teve que respeitar a semana de celebrações de seu primeiro casamento e, então, pôde se casar com Raquel, seu verdadeiro amor. Em troca, deveria trabalhar mais sete anos para seu tio.

Por muito amar a prima, o filho de Isaque não se importou. A enganação apenas fez com que ele desprezasse ainda mais Lia e a rejeitasse. No entanto, ela era a escolhida de Deus.

Como recompensa por todo sofrimento, Lia acabou sendo abençoada com a fertilidade, enquanto Raquel ficou estéril por muitos anos, algo que acentuou a disputa entre as irmãs, mesmo que Jacó só tivesse olhos para sua segunda esposa.

Mesmo tendo tudo o que queria, inclusive o amor de seu marido, a filha mais nova de Labão nunca se deu por satisfeita e exigia cada vez mais do marido, culpando-o por nunca ter engravidado.

“Dá-me filhos, senão morrerei” (Gn. 30:1)

Enquanto Lia já havia dado quatro filhos homens para Jacó, sendo eles Rúben, Simeão, Levi e Judá, Raquel começou a ficar cega de ódio e foi capaz de pedir que Jacó se deitasse com sua serva, Bila.

A partir desta nova união, nasceram mais dois filhos, Dã e Naftali. Nos costumes daquele época, mesmo que os filhos fossem gerados pelas servas, eles seriam considerados filhos da esposa.

Nutrindo seu espírito de vingança pela irmã, Raquel nunca se mostrava grata pelas dádivas e expressava isso até mesmo nos nomes que escolhia para seus filhos, sendo "luta" o significado de Naftali.

"Com grandes lutas tenho competido com minha irmã e logrei prevalecer” (Gn. 30:8)

Ao ver as atitudes da irmã, Lia pediu para que Jacó se deitasse com Zilda, sua criada, dando à luz a Gade e Aser. Porém, um dia, seu primogênito acabou encontrando algumas plantas chamadas mandrágoras, conhecidas também como maçãs do amor.

Eles eram conhecidas por estimular a fertilidade das mulheres. Ao retornar para casa, a criança entregou-as para Lia, mas ao ver, Raquel sentiu inveja e pediu as plantas em troca de deixar a irmã se deitar com Jacó.

Por muito amar o marido, mesmo sem ter reciprocidade, Lia aceitou e, desta noite, acabou gerando mais um filho do primo, Isaacar. Logo em seguida, a filha primogênita de Labão engravidou mais uma vez.

"E disse Lia: Deus me deu uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom. (Gn 30:20)

Enquanto era grata por todas as dádivas, Lia ainda foi mãe de uma filha mulher de Jacó, Diná. Já Raquel, cada vez mais frustrada, acabou sendo presenteada com seu primeiro filho, depois de tantos anos.

Mas realizar um de seus maiores desejos não a deixou satisfeita. Algo que ela, novamente, expressou ao batizar a criança, lhe chamando de José, que significa “possa ele dar mais”.

“Dê-me o SENHOR ainda outro filho” (Gn. 30:24)

A ganância de Raquel começou se acentuar cada vez mais. Chegada a hora de ir embora da casa de Labão, Jacó e sua família saíram durante a noite, escondidos. No entanto, a filha mais nova do comerciante fez questão de levar consigo um dos ídolos do lar chamados de terafins (Gn. 31:19).

Eles davam o direto para quem o possuísse de se tornar o principal herdeiro da família, mesmo que este fosse o genro. Desta forma, Raquel tirou o que era de direito de seus irmãos, o dando para Jacó, para que assim também se beneficiasse das riquezas.

Ao ser procurada pelo pai, Raquel mentiu e negou ter tirado dele aquilo que mais tinha valor para família. Ao invés de se zangar, o filho de Isaque continuou a amando, sendo devoto à esposa.

Depois de algum tempo, Raquel teve novamente a dádiva da gravidez concedida. No entanto, seu parto foi extremamente difícil, sendo responsável por levá-la a morte.

Mas, antes que desse seu último suspiro, a mulher escolheu o nome da criança, sendo Benoni, que significa “filho da minha tristeza”. Contra a vontade da falecida esposa, Jacó decidiu alterá-lo para Benjamim, que quer dizer “filho da minha força”.

"Gênesis"

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