"Salve-se Quem Puder" não vai mostrar pandemia de Covid-19: autor explica
Diferente de outras produções gravadas na pandemia, "Salve-se Quem Puder" não abordará a Covid-19 em seus capítulos inéditos, que marcam a segunda fase da novela. A decisão partiu do próprio autor.
Em coletiva para a imprensa, Daniel Ortiz contou que optou por dar um momento de leveza ao telespectador, já tão saturado com as notícias vistas nos jornais exibidos entre a novela: "O público merece esse respiro".
"Salve-se Quem Puder" não abordará a pandemia de Covid-19
"Salve-se Quem Puder" ficou quase um ano fora do ar. As gravações foram interrompidas em março e só puderam ser retomadas em agosto, seguindo protocolos rigorosos de segurança. Com a notícia do retorno, Daniel teve que encarar um grande desafio.
O autor precisou escrever um final para a novela com uma sequência reduzida de capítulos e admitiu durante a coletiva que esse processo foi "uma loucura". "Eu ainda tinha uns 100 capítulos para escrever, com a pandemia reduziu pela metade", relembrou.
Em seu novo roteiro, Daniel optou por deixar a Covid-19 de fora, mas não sem muito refletir antes. "A decisão foi tomada entre maio e junho, a gente estava vivendo o pior da crise naquele momento, eu fiquei imaginando: colocar o coronavírus?".
"Ia mudar toda a dinâmica da história. A novela vem depois de um jornal local e, antes do 'Jornal Nacional', você sairia de um e iria para uma novela falando de corona, então a decisão foi: vamos tentar fazer o melhor que a gente puder porque é uma novela de comédia que seria difícil fazer com os protocolos", explicou.
Daniel quis seguir adiante com sua decisão por pensar que os telespectadores mereciam esse momento para se esquecer dos problemas. "Eu falei vamos tentar porque o público merece esse respiro nesse horário da noite. Ia ser um pouquinho demais, achei melhor investir na comédia, no romance e na leveza".
Questionado sobre o que mudaria na novela, Daniel garante que nada, mas lamenta o fato de personagens secundários terem perdido espaço na segunda fase. "É uma história complexa, de três mulheres que têm duas vidas ao mesmo tempo, cada revelação repercute em vários núcleos, então não dava para aproveitar todos os personagens.Eu consegui que todos tivessem participação, mas alguns núcleos saíram mais prejudicados".
Fred Mayrink, diretor artístico, comentou que esse período foi "um desafio à parte". "A grande parceria consolidou e reforçou nossas relações, o quanto nos admiramos, nos respeitamos e o quanto precisávamos respeitar o protocolo, seguimos a risca, se tivéssemos que mudar uma cena, nós mudávamos, nós não colocamos ninguém em uma situação que pudesse colocar qualquer pessoa em risco, nós nos reinventamos".