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"Novo Mundo" mudou fim de Dom Pedro: Domitila, casamento, governo difícil e mais

Publicado 11 Jun 2020 – 01:15 PM EDT | Atualizado 11 Jun 2020 – 01:15 PM EDT
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Apesar de ter se inspirado em figuras reais da história brasileira, “Novo Mundo” tirou uma licença poética para dar desfechos fictícios às histórias deles. Entre os destaques, claro, está o imperador Dom Pedro I - na vida real, os rumos da vida dele foi bem diferentes do último capítulo da novela.

No final de “Novo Mundo”, vemos Dom Pedro (Caio Castro) ser coroado ao lado de Leopoldina (Letícia Colin) - o imperador escorraça Domitila (Agatha Moreira) da cidade e tem seu “felizes para sempre” ao lado da princesa austríaca. Mas a verdade é que Dom Pedro levou tanto a esposa quanto a amante a finais bem mais complicados.

Dom Pedro e Leopoldina


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Na história de verdade, o casamento entre os dois passou muito - mas muito - longe de ter sido uma relação feliz. Dom Pedro teve várias amantes e trouxe Domitila para viver entre sua corte, bem próximo a Leopoldina. A imperatriz, por sua vez, deixou cartas em que relata o sofrimento nas mãos do marido infiel e aparentemente violento.

Após sofrer várias complicações de saúde ao longo da vida (muitas delas relacionadas às múltiplas gestações), Leopoldina morreu aos 29 anos e, ao contrário da ficção de “Novo Mundo”, Dom Pedro manteve o relacionamento com Domitila por anos após a morte da princesa.

Dom Pedro e Domitila


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Na novela, Dom Pedro decide ficar com Leopoldina e expulsa Domitila da cidade, indicando que eles não voltaram mais a ficar juntos. No entanto, na realidade, o imperador e a marquesa continuaram juntos durante anos após a morte de Leopoldina e o affair terminou por pressão política.

Dom Pedro precisava se casar novamente para manter a linhagem e as alianças políticas, mas sua imagem perante a nobreza europeia estava péssima, entre outros motivos, muito por causa da presença da amante na corte.

Rejeitado por algumas princesas e herdeiras europeias, ele conseguiu arranjar o casamento com a italiana Amélia de Leuchtenberg, mas a condição era que a amante ficasse longe do palácio. Assim, o imperador mandou Domitila embora do Rio de Janeiro.

Coroação

Apesar do clima festivo e pomposo da coroação, como vimos no fim da novela, os anos seguintes do governo de Dom Pedro foram bem atribulados e marcado pelos excessos dele na centralização do poder. Contraditório e impulsivo, o imperador demitiu seu grande conselheiro José Bonifácio e se autoproclamou herdeiro do trono português, o que foi contra a Constituição que ele mesmo proclamou e que refez os laços entre Brasil e Portugal.

Dividido entre os dois países, o imperador começou a ganhar cada vez mais inimigos e perdeu muito apoio do povo. Mal-sucedido na Guerra Cisplatina e com a imagem suja, voltou a Portugal e iniciou uma guerra civil após o irmão, Dom Miguel, ter usurpado o trono da própria sobrinha, filha de Dom Pedro.

Morte

Ao voltar ao Brasil, a treta estava instalada e a situação ficou insustentável para o governo dele. Pressionado, acabou abdicando do trono em favor de seu filho, Pedro de Alcântara (futuro Dom Pedro II), que ainda era criança e teve José Bonifácio como seu primeiro tutor.

Em 1834, aos 36 anos, Dom Pedro I contraiu tuberculose e morreu por complicações da doença. Um de seus últimos atos em vida foi uma carta aberta ditada ao povo, em que pedia pelo fim da escravidão e a descrevia como um “ataque contra os direitos e dignidade da espécie humana” e “um câncer a ser combatido na sociedade”.

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