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"Que Rei Sou Eu?" não era medieval: entenda diferenças entre ela e "Deus Salve o Rei"

Publicado 11 Jan 2018 – 04:00 AM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 05:02 PM EDT
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Assim que os primeiros detalhes da trama de “Deus Salve o Rei” começaram a ser divulgados, a novela foi bastante comparada a “ Que Rei Sou Eu?”, exibida na Globo em 1989. As duas têm tramas que envolvem reinos imaginários, disputas de poder e um visual até meio semelhante, mas falam de histórias – e períodos – completamente diferentes.

"Que Rei Sou Eu?" x "Deus Salve o Rei"

Períodos distantes

Em primeiro lugar, vale ressaltar que as duas histórias têm no mínimo 300 anos de distância uma da outra. “Que Rei Sou Eu?” se passava em 1786, enquanto “Deus Salve o Rei” se passa em algum momento ainda não especificado da idade média, que terminou no século XV. Ou seja, as duas se passam em contextos totalmente diferentes.

Sátira política

“Que Rei Sou Eu?”, apesar de ser uma comédia escrachada, tinha um tom mais bem mais político do que o proposto pela nova novela das sete, além de se relacionar com as mudanças pelas quais o Brasil passava na época.

A trama fazia uma alusão à Revolução Francesa (1789) para satirizar o cenário político e econômico brasileiro, que passava pela primeira eleição direta para a presidência da República depois do golpe militar de 1960, que elegeu Fernando Collor de Mello.

Na história, o povo do reino de Avilan vivia na miséria, enquanto o governo corrupto pesava a mão nos impostos altíssimos e planos econômicos absurdos. Com a morte do Rei, o Conselho arma para entregar o reino nas mãos de um mendigo, que poderia ser manipulado. O herói  Jean Pierre (Edson Celulari), filho bastardo do rei, decide unir um grupo de revolucionários para derrubar o governo.

Esses núcleos eram paródias de instituições que existiam de verdade no cenário brasileiro: o Conselho Real, por exemplo, imitava o Congresso Nacional, apontando a corrupção e a hipocrisia dos líderes políticos.

No fim da novela, inclusive, quando Jean Pierre e os rebeldes finalmente conseguem invadir o palácio, há uma menção ao país. “Ninguém vai mais explorar o trabalho do pobre. Agora quero que gritem comigo: viva o Brasil!”, diz.

Enredo diferente de “Deus Salve o Rei”

Assim, enquanto “Que Rei Sou Eu?” falava mais sobre uma batalha entre governo e povo, “Deus Salve o Rei” deve focar mais em uma disputa entre governos: de um lado Montemor, em que estarão o príncipe herdeiro Afonso (Romulo Estrela) e a plebeia Amália (Marina Ruy Barbosa); do outro, Artena, governada pelo Rei Augusto (Marco Nanini), pai da princesa vilã Catarina (Bruna Marquezine).

A nova novela explorará mais as relações de poder entre as famílias reais, assim como as questões de herança do trono e claro, o romance entre um nobre e uma plebeia.

Inspiração

Por outro lado, o diretor de “Deus Salve o Rei”, Fabrício Mamberti, já comentou que o bruxo Ravengar, de “Que Rei Sou Eu?”, foi uma inspiração. Interpretado por Antônio Abujamra, o vilão é um dos mais clássicos da televisão brasileira.

Apesar de fazer parte do time dos vilões, o feiticeiro era um dos personagens mais cômicos da novela, que contava com uma série de personagens bizarros.“Deus Salve o Rei” não deve seguir uma linha de humor tão pastelão, mas também tem no elenco um grande personagem que deve fazer parte das cenas mais escrachadas da história: Tatá Werneck interpreta a princesa Lucrécia Fidalgo, que terá uma personalidade bem forte.

Novela "Deus Salve o Rei"

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