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Por que o Facebook removeu 196 páginas e 87 perfis brasileiros da rede social?

Publicado 26 Jul 2018 – 12:26 PM EDT | Atualizado 26 Jul 2018 – 12:26 PM EDT
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O Facebook recentemente removeu 196 páginas e 87 perfis brasileiros de seu site com a alegação de que essas contas "faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava com o uso de contas falsas" e "escondia das pessoas a natureza e a origem de seu conteúdo com o propósito de gerar divisão e espalhar desinformação".

A investida da empresa tem um motivo: em ano eleitoral, as redes sociais, como o Facebook, e o WhatsApp, se tornam palco de divulgação de boatos, notícias mal contextualizadas e conteúdos falsos.

A maioria das páginas apagadas são do Movimento Brasil Livre, MBL, que se posicionou contra a empresa. O Ministério Público Federal (MPF) em Goiás também pedirá explicações mais detalhadas da rede social sobre os critérios para a exclusão das contas.

Contas excluídas pelo Facebook: o que diz a empresa

No posicionamento oficial do Facebook, a empresa explica que as 196 páginas e os 87 perfis violavam as políticas de autenticidade.

Isso diz respeito a uma lista de padrões divulgados por eles que, entre outras coisas, prevê sanções para contas que "se envolvam em comportamento não autêntico, que inclui criar, gerenciar ou perpetuar contas falsas, contas com nomes falsos e as que tenham finalidade de enganar as pessoas sobre a origem do conteúdo".

Resposta de donos das páginas suspensas

Apesar de o Facebook não divulgar quais páginas foram removidas, o Movimento Brasil Livre se identificou e emitiu posicionamento no Twitter sobre a ação da empresa.

"(...) a alegação, dada pela rede social, é a de que se tratava de coibir contas falsas destinadas a divulgação de 'fake news'. Entretanto, muitas dessas contas possuíam dados biográficos estritos, tais como: endereço profissional, telefones pessoais, contatos familiares, entre outros, informações verificáveis tornando, portanto, absurda a acusação de que se tratavam de contas falsas.

(...) O Facebook desativou algumas páginas de alcance nacional, as quais, somando meio milhão de seguidores, entre informar e divulgar ideias liberais e conservadoras - o que não é crime - também exerciam o importante papel de denunciar as 'fake news' da grande mídia brasileira'.

O ex pré-candidato à presidência Flavio Rocha também se manifestou pela remoção da página "Brasil 200", que pertencia a ele, da rede social:

"É inaceitável a retirada da página do Brasil 200 do ar pelo Facebook. Uma violência! A que pretexto? Conclamo a bancado do Brasil 200 no Congresso Nacional a tomar posição sobre essa arbitrariedade. Nem no tempo da ditadura se verificava tamanho absurdo".

Remoção gera cobrança do Ministério Público

O Facebook alega que está agindo contra as pessoas mal intencionadas que usam a rede e que está "investindo fortemente em pessoas e tecnologia para remover conteúdo ruim de nossos serviços".

Por outro lado, o procurador da República Ailton Benedito, do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás, pediu explicação da empresa em 48 horas (a partir de 25 de julho), a lista de contas excluídas e os motivos da eliminação.

"As normas constitucionais e legais que regulam a internet no Brasil atuam sempre com vistas à liberdade de expressão, ao direito de acesso de todos à informação, ao conhecimento e à participação na vida cultural e na condução dos assuntos públicos; e a impedir a censura, bem como a discriminação dos usuários, por motivo de origem, raça, sexo, cor, idade, orientação política, entre outros, competindo ao MPF atuar nesse sentido", mencionou o procurador, em nota.

Dentro do Facebook: recursos, uso de dados e mais

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