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Apps podem acessar câmera do celular e filmar sem você saber: dá para se proteger?

Publicado 27 Out 2017 – 02:38 PM EDT | Atualizado 15 Mar 2018 – 01:17 PM EDT
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Sempre que você baixa um novo aplicativo em seu celular smartphone são solicitadas algumas autorizações de acesso. Elas podem permitir que o software tenha informações de seus contatos, fotos, redes sociais… e até de sua câmera.

Em outras palavras: quando você autoriza tal solicitação, é possível que o aplicativo tire fotos ou até veja em tempo real o que você está fazendo enquanto você o usa.

Parece impossível que isso aconteça sem que você esteja, de fato,tirando fotos com o aplicativo, não é? Mas isso pode ser feito e, ainda por cima, sem que seja considerado um crime. 

Como sua câmera pode ser usada por apps?

Diversos especialistas em segurança digital alertam para o descuido cometido por diversos usuários - como eu ou você - que aceitam qualquer termo de autorização para concluir o download de algum aplicativo.

Um dos mais recentes foi o desenvolvedor Felix Krause - criador da ferramenta Fastlane e prestador de serviços ao Google, que relatou em seu blog pessoal como o novo iOS 11 pode facilmente permitir que sua câmera seja “invadida”.

Esse tipo de invasão de privacidade é permitida pelas leis brasileiras (assim como nas leis norte-americanas), mas só até um limite. Quando aplicativos pedem acesso a informações pessoais do usuário, é preciso que haja um motivo claro: melhora na performance do serviço ou medidas de segurança, por exemplo.

“Caso essas informações sejam vendidas para uso indevido, como serviço de marketing, por exemplo, pode ser entendido pelos juízes como cláusula abusiva”, explica Renato Blum, advogado especialista em privacidade na internet e coordenador do curso de direito digital do Insper.

Isso significa que é permitido que algum aplicativo tenha o sistema, por exemplo, de ligar a câmera e captar o rosto do usuário assim que ele acessa uma rede social ou conta no banco. Seria uma forma do sistema garantir segurança ao consumidor: caso o rosto observado não seja do dono da conta, os algoritmos saberiam que algo está errado.

Por outro lado, o uso dessas informações, como fotos ou vídeos, para marketing ou para satisfazer a curiosidade pessoal de um grupo de pessoas pode render até prisão: a empresa que opera o aplicativo está passível de punição, assim como o invasor, que pode pegar até 4 anos de cadeia.

Até Mark Zuckerberg tapa a câmera; devo fazer o mesmo?

Em junho de 2016, o fundador do Facebook Mark Zuckerberg postou na rede social uma foto para comemorar que o Instagram (do qual também é dono) havia chegado a 500 milhões de usuários.

A imagem repercutiu no mundo todo por dois pequenos e quase imperceptíveis detalhes: o computador de Mark Zuckerberg estava "blindado" com pedaços de fita isolante em frente à câmera e no microfone da máquina.

Muita gente se perguntou se deveria fazer o mesmo em seus computador e celulares. A resposta é sim, de fato é prudente tapar a câmera de seus dispositivos para evitar invasões. “Os principais criadores de tecnologia do mundo hoje dizem que a privacidade acabou. Para sempre”, explica o sociólogo e cientista político Sérgio Amadeu da Silveira, professor da UFABC e ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil.

No entanto, há diferenças entre as pessoas comuns e o criador do Facebook, que sofre sério risco de ser espionado em função do grande e estratégico negócio que gerencia.

Veja quem acessa sua câmera

Uma estratégia simples para conferir quais são os aplicativos que podem acessar sua câmera é ir até o menu “Privacidade” e clicar na opção “Câmera”. Lá, está a lista de apps que têm autorização para o uso da ferramenta. Caso você não queira de maneira nenhuma sofrer esse risco, vale pensar em desinstalá-los.

Invasão de privacidade

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