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Fernanda e Thiaguinho: separação é triste, mas ter coragem de admitir o fim é incrível

Publicado 15 Out 2019 – 06:05 PM EDT | Atualizado 15 Out 2019 – 06:05 PM EDT
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Após mais de oito anos juntos, Fernanda Souza e Thiaguinho anunciaram sua separação com um longo texto publicado no Instagram em que revelam que o amor virou amizade - algo que, segundo escreveram, os fez optar por terminar a relação de forma madura, sem ressentimentos e com a perspectiva de que os dois continuarão um na vida do outro.

Apesar de o ex-casal ter assegurado que o término foi pacífico e consistiu em uma decisão conjunta, muitas pessoas que os acompanhavam ficaram devastadas com o anúncio - e, na onda de comentários gerados pela situação (que colocaram os nomes de ambos entre os assuntos mais comentados no Twitter), havia muita gente dizendo ter deixado de acreditar no amor.

Thiaguinho e Fernanda eram certamente um casal icônico em quem muitos se espelhavam mas, ao mesmo tempo em que vê-los se separando é surpreendente para alguns, é importante lembrar que a transformação de amor romântico em amizade é comum - e que terminar uma relação em bons termos como os dois fizeram não é um fracasso, mas sim um ato de extrema coragem.

Relacionamentos sempre se transformam

Para quem já teve um relacionamento ou está em um, é comum a percepção de que, enquanto no início da relação há uma urgência grande em estar junto, a passagem do tempo vai transformando esse sentimento até que o casal passa a nutrir uma ligação mais leve e de mais carinho - e isso, de acordo com a neuropsicóloga Daniela Generoso, é algo perfeitamente natural.

Conforme explica a especialista, relacionamentos amorosos costumam ter fases, sendo a primeira delas a da paixão. “Esse estágio é maravilhoso, porque estamos inundados de hormônios como a dopamina, a oxitocina, a serotonina, a testosterona e o estrogênio, e a impulsividade comanda o relacionamento”, afirma, explicando que, eventualmente, esse encanto se “quebra”.

Quando duas pessoas se apaixonam e se tornam um casal, é comum que elas comecem a conviver cada vez mais, e isso as faz tomar contato tanto com as partes do outro que as agradam quanto as que incomodam. Nessas próximas fases, é comum haver desentendimentos e até certa desilusão. “Você se sente frustrado porque seu ideal não foi satisfeito e você encara o real”, diz Daniela.

Quando o casal consegue aprender a lidar com essas diferenças recém-percebidas, porém, nasce o amor verdadeiro e duradouro - um sentimento menos urgente que aquele presente no início do relacionamento, mas não menos doce ou importante. A amizade, por sua vez, não representa uma fase, mas está presente em todas elas.

“A amizade é tão valiosa quanto o orgasmo. Ela não é o problema, mas o ápice da relação”, diz Daniela. O que acontece em alguns casos - e que leva algumas pessoas a optarem pelo fim do relacionamento - é que o desejo que os parceiros costumavam sentir um pelo outro se esvai, deixando apenas a amizade entre eles.

De acordo com a psicóloga Ellen Moraes Senra, o amor romântico é justamente um meio-termo entre a urgência da paixão e a amizade, e, por isso, é comum que a relação tome esse rumo. Ela explica, porém, que isso nem sempre leva à separação, e que a decisão de terminar o relacionamento quando isso acontece está ligado à fase da vida dos dois.

“Depende muito do que o casal almeja. Quanto mais jovens são, mais inclinados a terminar o relacionamento eles estão, porque em algum momento vai surgir de um ou ambas as partes a necessidade de se relacionar com outras pessoas por quem venham a se apaixonar”, diz ela, afirmando que a situação costuma mudar para casais de mais idade.

“É muito comum que casais de idade um pouco mais avançada vivam uma relação de amizade, amor, carinho, sem que haja relação sexual. Nesses casos, é comum que o casal continue amigo e junto”, diz ela. Para seguir cultivando o amor romântico, enfatiza Ellen, é indispensável cultivar também o desejo - mesmo que ele diminua.

Para não deixar a relação esfriar, o casal pode adotar alguns hábitos, como sempre reservar tempo para passar a dois, fazer surpresas um para o outro, trocar provocações sensuais e manter um diálogo aberto para que sempre estejam “na mesma página” quanto ao relacionamento.

Término não é sinal de fracasso

Conforme explicado por Ellen, a decisão de terminar quando o amor se torna amizade normalmente ocorre porque, eventualmente, vai surgir a necessidade dos parceiros se relacionarem com outras pessoas - e apesar de o fim de uma relação nunca ser algo legal, a atitude desses casais é bastante madura e positiva.

Inclusive, ainda que muita gente veja uma separação como um sinal de que o relacionamento fracassou, Ellen explica que não é bem assim. “A relação fracassada a gente entende que é aquela onde deixou de haver respeito e carinho - e um casal que se transformou em dois amigos não vai deixar essas coisas acontecerem”, assegura a psicóloga.

Para Ellen, o término após a realização de que o amor romântico não existe mais pode ser definido de outra forma. “Uma relação que termina porque passou a existir mais amizade do que amor não é fracassada, e sim uma relação que tomou um rumo diferente do que as partes acreditavam que poderia acontecer”, conclui.

Famosos e seus relacionamentos

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