A partir de 20 de dezembro, a Globo estreia a sua nova minissérie, “Passaporte para Liberdade”. Em oito capítulos, a produção mergulha na história real de Aracy de Carvalho, uma mulher forte, determinada e, acima de tudo, justa.
Funcionária do Consulado Brasileiro em Hamburgo, sem qualquer proteção ou mesmo imunidade diplomática, Aracy (também conhecida como “Anjo de Hamburgo”) contornava regras, enfrentando os governos alemão e brasileiro, para conseguir emitir vistos e ajudar judeus a imigrarem e sobreviverem nas Américas.
Quem dá vida à protagonista é a atriz Sophie Charlotte, que assim que ficou sabendo que a trama seria produzida, correu atrás do diretor artístico Jayme Monjardim para pedir o papel principal. Entenda abaixo!
Sophie Charlotte em “Passaporte para Liberdade”

Em “Passaporte para Liberdade”, Sophie Charlotte interpreta Aracy de Carvalho, uma mulher simples e que viveu bem longe dos holofotes. Em 1935, a brasileira, divorciada de seu primeiro marido e com um filho pequeno, Eduardo Carvalho, foi para a Alemanha em busca de trabalho.
É então que ela consegue um cargo no consulado brasileiro de Hamburgo, no setor de passaportes. Foi lá que conseguiu salvar muitos judeus da prisão e do Holocausto ao facilitar a emissão de vistos para Brasil — ignorando restrições e driblando empecilhos.
O papel de Aracy, no entanto, chegou à Sophie de uma forma bem curiosa: ela literalmente bateu na porta dos produtores para pedir a protagonista da minissérie.
“Foi arrebatador descobrir uma história dessa magnitude, dessa importância, meio que por acaso. Tudo ocorreu por conta de um encontro no Projac [os estúdios da Globo] durante um almoço. Foi naquele momento que eu descobri que isso se tornaria uma minissérie”, revelou Charlotte durante uma coletiva da qual o VIX participou.
“A produção ainda estava em processo de desenvolvimento com o Jayme Monjardim, então eu fui correndo bater na porta da sala dele. E falei: ‘Pelo amor de Deus, me deixa participar!’. Quando que eu ia imaginar que poderia ter essa chance!”, continuou a atriz.

Pouco conhecida no Brasil — e muitas vezes lembrada apenas como esposa do escritor João Guimarães Rosa —, Aracy de Carvalho sempre preferiu o anonimato. Protagonista de sua própria vida e personagem-chave de tantas outras que se arriscou para salvar, a brasileira é um exemplo real de que o amor pela humanidade pode vencer o ódio, como enaltece Sophie.
“Essa jornada da Aracy é muito poderosa. Vivê-la em cena me despertou para a importância de se ter coragem na vida, de agir pelo coração, seguir adiante sem temer, não deixar o medo tomar conta. Essa coragem virou um grande lema na minha jornada”, disse Charlotte.
“Acho que essa série é um convite à ação. A gente pode ter um discurso lindo e não fazer nada, ou ser absolutamente reservado e transformar a vida das pessoas — que foi o caso da Aracy. Espero que as pessoas despertem para esse olhar de empatia, de estender a mão. Abrir o coração para escutar e receber o outro”, completou a artista.