null: nullpx
Netflix-Zappeando

"Coisa Mais Linda" volta com temas para fazer pensar: privilégios, casamento e mais

Publicado 17 Jun 2020 – 01:54 PM EDT | Atualizado 19 Jun 2020 – 09:16 AM EDT
Compartilhar

Uma das séries brasileiras mais queridinhas da Netflix, “Coisa Mais Linda” voltou para nova temporada. Com grandes mudanças na vida das protagonistas, a série acrescenta novas camadas aos temas importantes que tornaram a trama de época tão atual.

Após os acontecimentos tensos do final da primeira temporada, Malu (Maria Casadevall) encara novos desafios para manter o clube funcionando e, mais do que nunca, contará com união entre as mulheres para colocar em prática os aprendizados. Assim, o grande trunfo da protagonista nesta temporada é mostrar como a rede de apoio é importante não só para fortalecer o lado emocional, mas para ampliar a visão e as atitudes.

Segunda temporada de "Coisa Mais Linda"

Emancipação

“O encontro com as outras mulheres é o que faz a Malu perseguir esse desejo de emancipação. Nós a vemos passar por uma experiência traumática que a faz recuar. E é através desse encontro que ela se reconecta às grandes paixões. Acho que o empoderamento aparece sob esse ponto de vista”, comenta a atriz Maria Casadevall.

Assim, após desenvolverem uma relação de construção na primeira temporada, as personagens da série aparecem em trajetórias mais individuais agora, o que abre espaço para acrescentar fatores importantes às discussões que já estavam abertas.

Feminismo: raça e privilégios

Um dos pontos que mais se conecta ao cenário que vivemos no mundo real é em relação a privilégios. Todas as personagens enfrentam o machismo avassalador dos anos 60, mas o núcleo de Adélia (Pathy Dejesus) acrescenta ainda as questões de classe e raça dentro deste tema. Nos novos episódios, conhecemos melhor a história da irmã caçula da personagem, Ivone (Larissa Nunes).

“Nessa temporada vemos uma atualização destes temas com uma nova visão, de uma outra mulher, dizendo quais são as suas dificuldades. Me toca muito quando a Ivone diz que não tem nem a chance de errar porque acho que a trajetória da mulher negra é exatamente isso. Quando conseguimos uma oportunidade precisamos muito nos segurar a ela”, comentou Larissa.

Com um grande talento para a música, Ivone passa por uma jornada na história que ilustra bem o assunto - as barreiras que ela precisa quebrar para se emancipar se mostram bem diferentes das de Malu, quando a história das duas começa a se cruzar.

Força x fragilidade

Quando “Coisa Mais Linda” começou, em 2019, Thereza, a personagem de Mel Lisboa, foi apresentada como a personagem que já estava à frente de seu tempo e que já havia rompido muitas das barreiras pelos quais as outras ainda passariam. Por isso, a nova etapa que se abre na vida dela é uma das mais interessantes de se acompanhar.

Com os novos episódios, a história de Thereza mostra que fragilidade não anula a força, e vice-versa. No casamento com Nelson (Alexandre Cioletti), a personagem enfrenta um novo drama (que não vamos dar spoilers, claro!), que aprofundam os temas de liberdade sexual, culpa e companheirismo que o casal vem desenvolvendo desde o início.

O equilíbrio entre força e fragilidade também aparece sob um novo viés na história de Adélia. Agora casada com Capitão (Ícaro Silva), um acontecimento importante transforma a vida da personagem e, para a atriz Pathy Dejesus, a trama ajuda a desconstruir estereótipos racistas - principalmente o da ‘mulher negra durona’.

“É muito importante desmistificar essa ideia da força infinita da mulher negra, que não chora, que aguenta tudo, até para não termos uma caricatura de um símbolo. A força está justamente na liberdade emocional e na forma de lidar com o que é imposto e que precisa bater de frente, como o racismo, que não dá alívio”, ressalta a atriz.

Trabalho

Por fim, “Coisa Mais Linda” ainda traz mais uma perspectiva sobre a mulher no mercado de trabalho. Thereza inicia um novo emprego como radialista e, em um ambiente dominado por homens, precisa literalmente encontrar sua voz. “Inclusive, a mulher estar em rádio dando sua opinião, nesta época, é algo bem ficcional. Em 40 anos do programa de rádio, só 5 mulheres foram apresentadoras”, pontuou Mel.

A jornada dela nesse espaço traz ainda um novo personagem, seu colega de trabalho Wagner, interpretado pelo ator de “Amor de Mãe” Alejandro Claveaux. Com ele, a protagonista coloca na tela ainda mais batalhas femininas que, apesar de se passarem nos anos 60, têm tudo para conectarem às mulheres de 2020.

A segunda temporada de "Coisa Mais Linda" estreia em 19 de junho na Netflix.

Tudo sobre a série

Compartilhar
RELACIONADO:Netflix-Zappeando

Mais conteúdo de interesse