O que é verdade na 2ª temporada de “O Mecanismo”? 3 fatos reais (incluindo Bolsonaro)

Na segunda temporada de “O Mecanismo”, a inspiração na Operação Lava-Jato explora os desdobramentos das investigações do gigantesco esquema de corrupção que culminaram no impeachment presidencial. E pode acreditar: por mais ficção que pareçam, alguns momentos da série reproduzem acontecimentos BEM reais.

Série “O Mecanismo”: fatos reais

Delação premiada

Um das principais figuras nas investigações da série é o empreiteiro Tom Carvalho (Carlos Meceni), que revela que sua empresa, a OSA, financiou reformas em um sítio e em um tríplex que estavam ligados ao ex-presidente da República Gino (Arthur Kohl).

Ao revelar as informação, a delegada da Polícia Federativa Verena (Caroline Abras) afirma que irá atrás da veracidade das informações antes de fechar com ele um acordo de delação premiada, como foi feito com outros empresários investigados.

Na vida real, algo muito semelhante aconteceu durante investigações do presidente Lula. O empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, denunciou reformas bancadas em um tríplex e sítio, informações essas que foram utilizadas para incriminar Lula.

Além disso, assim como na série, a delação premiada não foi acertada imediatamente. Léo Pinheiro passou mais de dois anos– entre 2016 e o início de 2019.

Caso Odebrecht

Uma das principais tramas de “O Mecanismo” é a prisão e depoimentos de Ricardo Brecht (Emilio Orciollo Netto), que revela o envolvimento de políticos com a empreiteira Miller & Brecht. Na série, o empresário diz que nunca tratou de repasse de propina com a presidente Janete Ruscov (Sura Berditchevsky), mas que já negociou milhões com Lúcio Lemes (Michel Bercovitch) e Samuel Thames (Tonio Carvalho).

O depoimento da ficção é praticamente igual ao que Marcelo Odebrecht deu em sua delação premiada. O empreiteiro afirmou que nunca negociou com a presidente Dilma Rousseff, mas que houve envolvimento com Aécio Neves e Michel Temer, que inspiraram personagens da série da Netflix.

Impeachment

Os momentos finais da série são inspirados no processo de impeachment que depôs a presidente Dilma, em 2016. Em uma das cenas, um deputado não nomeado faz um discurso inflamado ao votar a favor do impeachment que é praticamente igual ao que Bolsonaro fez na ocasião, com uma reprodução quase exata das palavras dele.

Tanto o personagem quando Bolsonaro fazem referência ao golpe militar de 1964, citando o coronel Ustra, um dos líderes das torturas da ditadura, vociferando contra o comunismo e encerrando com a frase “Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”, que se tornou bordão eleitoral.

Criada pelo diretor de “Narcos” e “Tropa de Elite”, José Padilha, a segunda temporada de “O Mecanismo” já está disponível na Netflix.

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