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Fatos reais que inspiraram "The Handmaid's Tale": 7 detalhes que você NÃO fazia ideia

Publicado 21 Fev 2019 – 02:51 PM EST | Atualizado 21 Fev 2019 – 02:51 PM EST
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Intrigante e perturbadora, "The Handmaid's Tale" gira em torno da totalitária República de Gilead, grupo que suprime o direito das mulheres ao assumir o poder, tornando-as propriedade do governo e forçando as que são férteis a procriarem.

Por mais que a série seja ambientada em um futuro distópico, a inspiração para a trama surgiu a partir de 7 fatos reais que estão presentes por trás das cenas de uma das produções MAIS chocantes dos últimos tempos.

Margaret Atwood, autora do livro que inspirou a história das "Handmaid's", afirma na introdução: "Uma das minhas regras é que eu não colocaria no livro nada que já não houvesse acontecido e nenhuma tecnologia que não estivesse disponível".

Fatos reais em "The Handmaid's Tale"

Controle

Um dos pontos mais delicados de "The Handmaid's Tale" é o afastamento dos bebês da mãe biológica, que eram doados para outros casais, logo após o nascimento, com a finalidade de que as aias voltassem a procriar.

Esse mesmo princípio de controle do destino das mães e seus bebês pode ser visto em dois momentos históricos. O primeiro episódio aconteceu durante um programa nazista de aperfeiçoamento, chamado de Lebensborn, que tinha como objetivo evitar abortos para criar famílias valiosas racialmente.

Durante a ditadura Argentina, entre os anos de 1973 e 1986, mais de 500 bebês nascidos em prisões foram sequestrados por militantes, com a finalidade de reorganizar a sociedade, fazendo com que fossem levados para famílias que os criariam de acordo com os valores instaurados pelo regime.

Fertilidade

Na República de Gilead, a infertilidade é um dos maiores problemas enfrentados pela população, causada, sobretudo, por um ambiente tóxico, o que fez com que o governo recrutasse aias para evitar a extinção da espécie humana.

Em "The Handmaid's Tale", as chances apontadas para uma mulher ter um filho saudável são de 1 em 4. De acordo com a autora, estudos feitos recentemente na China, um país afetado por problemas ambientais, apontam uma queda significativa de fertilidade em homens.

Figurinos

Todos os detalhes foram pensados para tornar "The Handmaid's Tale" uma série cheia de significados e com os figurinos não foi diferente. Margaret explica que, em regimes totalitários, era comum o uso de vestimentas para o controle de pessoas.

Por isso, as aias, mulheres férteis que são usadas para reproduzir, vestem vermelho, que é a cor do parto e de Maria Madalena. As mulheres dos comandantes, por outro lado, vestem o azul da pureza, que remete à Virgem Maria.

Mercado Negro

O mercado negro está presente na série por meio de um bordel, chamado Jezebel's, onde Offred se encontra com Moira (Samira Wiley). O local funciona como um ponto de resistência ao sistema e é frequentado por homens poderosos que realizavam atividades ilícitas.

Na introdução da obra, Margaret revela que tirou o recorte de um livro chamado "Naples '44", escrito por Norman Lewis, que descreve o mercado negro em Nápoles, frequentado por aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

Proibição

Uma das proibições mais marcantes da República de Gilead em "The Handmaid's" é o fato de o governo suprimir o direito das mulheres de ler. A série mostra, inclusive, cenas onde centenas de livros eram queimados, com o objetivo de evitar que a lei fosse burlada.

Esse mesmo episódio já se repetiu incontáveis vezes durante a história, como na Inquisição Espanhola, na "lista negra" instaurada pelos nazistas em 1933, em que mais de 3 mil obras fora proibidas, além do próprio regime militar brasileiro, que impedia o acesso a livros que considerava perigosos ou imorais.

Rituais

A República de Gilead instaurou vários princípios que deveriam ser seguidos a risca pelos adeptos do regime, entre eles as cerimônias, realizadas para punir inimigos políticos. Durante o ritual, as mulheres eram posicionadas em círculo e participavam da execução, podendo assassinar o alvo com as próprias mãos.

De acordo com Margaret, a prática foi inspirada nas histórias dionisíacas da Grécia, quando os Ménades destruíam vítimas que iam contra o deus Dionísio, além de um episódio da Revolução Francesa, onde a princesa de Lamballe teve sua cabeça espetada em uma lança.

Religião dominante

Margaret apostou em uma trama onde um grupo trava uma disputa com outros em defesa de sua religião. Durante a série, católicos e batistas foram assassinados pela seita da Gilead, enquanto os quakers ajudaram mulheres a fugirem para o Canadá.

Não é a primeira vez que grupos, com princípios semelhantes, matam pelo poder na história mundial. O caso mais expressivo foi durante a Revolução Russa de 1917, que dividiu bolcheviques e mencheviques, com assassinatos em massa para defender a estabilidade do governo.

"The Handmaid's Tale"

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