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História real de "Narcos: México": saiba o que é verdade e o que é ficção na série

Publicado 5 Dez 2018 – 02:48 PM EST | Atualizado 5 Dez 2018 – 02:48 PM EST
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"Narcos: México" chegou recentemente ao catálogo da Netflix e, com boas doses de suspense, ação e mistério, trouxe uma história diferente das temporadas anteriores para envolver os amantes da produção. Sucesso assim que foi lançada, a produção já está confirmada para uma segunda temporada.

Baseada em fatos reais, a série retrata as origens do tráfico de drogas no México e conta como surgiram os maiores narcotraficantes da história do país. Mas afinal, o que é verdade e o que é ficção nessa história?

Realidade x ficção em "Narcos: México"

Formação de cartéis

"Narcos: México" parte da formação de cartéis, na década de 80, quando Félix Gallardo (Diego Luna) assume o comando e promove a unificação do tráfico para construir um império no país.

Explorado de maneira verídica, o principal deles, o Cartel de Guadalajara, serve de pano de fundo para contar sobre o desenvolvimento do narcotráfico no país, trazendo à tona nomes importantes, também citados pela série, como Joaquín "El Chapo" Guzman (Alejandro Edda), poderoso no ramo.

Influência de Félix Gallardo

Protagonista de "Narcos: México", Félix Gallardo revolucionou a história do narcotráfico no México, conforme foi mostrado ao longo de dez episódios na série.

Assim como no enredo da produção, nos bastidores da história do país, Félix Gallardo, conhecido como "o chefe dos chefes", impulsionou a primeira organização de produção e tráfico de maconha em larga escala para os Estados Unidos.

No entanto, diferente do que foi mostrado em "Narcos: México", Félix Gallardo NÃO foi o primeiro mafioso a levar cocaína para os EUA. Historicamente, o responsável por tal ação foi Pedro Avilés, ex-líder do cartel de Sinaloa e mentor de Gallardo.

O que de fato aconteceu foi que, uma vez criada uma instituição para maconha dentro de Guadalajara, Félix Gallardo quis se aventurar na produção de cocaína e passou a comandar 60% do tráfico ao lado de Pablo Escobar (Wagner Moura).

A série também aborda os bastidores da vida amorosa de Félix Gallardo, mas não existe uma confirmação ou fonte oficial de que o mafioso chegou a ser casado ou perdeu sua esposa por uma doença grave, o que pode indicar que o enredo foi uma decisão que partiu dos roteiristas.

Intervenções de Quintero

Rafael Caro Quintero (Tenoch Huerta) é um nome recorrente ao longo dos dez episódios de "Narcos: México", mas diferente do que é mostrado na série, o mafioso não era conhecido por ser um homem cordial.

Na realidade, Quintero foi um dos traficantes mais violentos de Guadalajara, tanto que optou por sequestrar o agente norte-americano Enrique "Kiki" Camarena (Michael Peña), da DEA (Drug Enforcement Administration), responsável pelo combate ao tráfico nos Estados Unidos.

As cenas, inclusive, foram retratadas com a maior riqueza de detalhes possíveis e mostram algumas das torturas cometidas com "Kiki" Camarena, onde eram injetadas drogas para manter o agente consciente, além das fitas do seu interrogatório terem realmente se tornado públicas naquela época.

Outro ponto que merece atenção é o relacionamento de Quintero e Sofia Conesa (Tessa Ia) - que se chamava Sofia Cosio na vida real. Uma cena específica, exibida no quarto episódio, mostra Quintero levando a garota da casa da família, mas, de acordo com os registros de parentes, o fato ocorreu em uma boate e o mafioso permitiu que ela voltasse para casa apenas no Natal.

Apesar desses detalhes, a abordagem sobre o restante da vida do traficante foi feita de maneira correta e é fundamental para explicar a organização atual do México. Hoje, Quintero é um dos criminosos mais procurados no país.

Assassinatos

Apesar do foco da série ser a disputa entre Félix Gallardo, seus parceiros e Enrique "Kiki" Camarena, agente da DEA, a série explora bem próximo da realidade o assassinato de John Clay Walker, um escritor, e Albert Radelat, estudante de odontologia, dois inocentes que cruzaram o caminho de Quintero.

Em "Narcos: México", acusados de pertencerem ao governo americano, eles acabaram sendo baleados e esfaqueados até a morte, mas fora da ficção acabou sendo um pouco diferente. Antes de serem assassinados, os intrusos foram interrogados e torturados.

Golpe no Cartel de Guadalajara

O Cartel de Guadalajara enfrentou um golpe, conhecido historicamente como desmonte do rancho El Búfalo, onde eram estocadas mais de 15 toneladas de maconha.

Na série, o episódio é abordado de maneira coerente, mas a produção erra ao dizer que a plantação estava no estado de Zacatecas, enquanto a verdadeira localização do plantio era em Chihuahua, no norte do México.

Dados verídicos

Os dados apresentados na abertura de "Narcos: México" sobre a violência a partir do tráfico são impactantes - e o mais importante: verídicos. "Nos últimos 30 anos no México, foram assassinadas, em média, meio milhão de pessoas", aponta a série.

A única questão que deve ser levada em conta é que esse número inclui mortes por outras causas, como homicídios, por exemplo, além de não contabilizar assassinatos que não foram computados oficialmente, mas que representam uma parcela expressiva no país.

"Narcos: México": mais sobre a série

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