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4 motivos por que "Dark" dará um nó na sua cabeça - e fará você pensar MUITO

Publicado 16 Jan 2018 – 04:00 AM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 05:06 PM EDT
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“Dark”, a série alemã da Netflix começa com uma citação de Albert Einstein sobre a ilusão de linearidade do tempo. Para a física, passado, presente e futuro coexistem.

Poucos segundos depois, um narrador em off repete a ideia para deixar claro o quão pode ser importante por que, apesar de sua atmosfera quase rural e seus dramas familiares, esta série é um relato de viagens no tempo.

"Dark" na Netflix: relação com tempo

No começo, todos apontaram para semelhanças de “Dark” com “Stranger Things” por que, por um tempo, qualquer história com um elemento fantástico no desaparecimento de um adolescente será julgada como tal. A seguir, veja quatro razões por que o seriado é ainda mais perturbador e instigante.

1. Semelhança com “Les Revenants” (The Returned)
A verdade é que “Dark”, em seu tom sombrio e obscuro, tem muito mais em comum com a opacidade de outros seriados europeus como “Les Revenants” (a extraordinária série francesa traduzida para “The Returned”, em que os mortos voltaram a viver com suas famílias) do que com o estridente sucesso dos irmãos Duffer. Ao longo dos episódios, "Dark" mais confunde do que resolve os dilemas propostos desde o início, dando um nó na cabeça dos telespectadores.

2. Importância da relação tempo X espaço
Assim como em “The Returned”, esta história segue várias famílias (e muitos personagens) que foram afetadas por um evento extraordinário que transformou suas vidas: neste caso, o desaparecimento nunca explicado de várias crianças em uma floresta perto de uma usina nuclear.

Já no início, se sugere que o importante não é onde estão os meninos perdidos, mas quando. Muitas vezes, de fato, isso gera a dúvida se toda essa ênfase não seria para criar a ilusão de que há deslocamentos no tempo até que se mostra um dos personagens desaparecidos 33 anos no passado.

3. Formato surpreendentemente enigmático
A citação de Einstein funciona não apenas como uma antecipação para o conteúdo da série, mas como também sua forma: a história simultaneamente apresenta eventos que ocorreram em 1953, 1986 e 2019 e os vínculos entre esses períodos.

Isso gera o maior desafio que “Dark” impõe aos espectadores: seus personagens são multiplicados por três (três momentos diferentes de suas vidas) em um relato, às vezes, difícil de seguir. Assim, a série tira vantagem sobre isso, uma vez que vários dos seus mistérios operam na impossibilidade de lembrar de tudo o que nos foi mostrado sobre cada personagem.

4. Questionamento filosófico dentro da ficção
O tema da série de ficção “Dark” é um problema lógico-filosófico, talvez o dilema mais importante do viajante no tempo: o que acontece com o livre arbítrio, uma vez que se torna possível voltar ao passado e, consequentemente, alterar o futuro? É possível mudar o passado? 

Em “Dark”, a resposta ao problema do livre arbítrio é que ele não existe: todas as decisões fazem parte de um enredo imutável. Consequentemente, se às vezes os personagens parecem seguir rigorosamente um roteiro mais do que seu próprio desejo, é também porque a série nos mostra que essa é a natureza do mundo. Aquele horror que se esconde no passado sempre estará lá e a qualquer momento pode retornar.

Viu como ela dá um nó na nossa cabeça?

Dark na Netflx

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