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"Black Mirror": 5 motivos por que o episódio "USS Callister" merece uma série derivada

Publicado 2 Jan 2018 – 02:31 PM EST | Atualizado 14 Mar 2018 – 05:13 PM EDT
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A 4ª temporada de "Black Mirror" começou com um dos episódios mais longos da série, e também um dos melhores. Intitulado "USS Callister", a trama apresenta o universo de um jogo de videogame, no qual o administrador transforma pessoas reais em personagens de uma nave espacial.

O comandante é Robert Daly (Jesse Plemons), que surge na cena de abertura como um líder adorado por seus funcionários, estrategista inteligente e vencedor de embates pela galáxia. No entanto, logo descobrimos que a realidade é bem diferente,

Na vida real, Daly é o diretor técnico de uma empresa de jogos virtuais, responsável pela programação do jogo "Infinity". Ele é maltratado por todos os colegas, não é popular e passa o tempo livre vivendo na realidade virtual do jogo que criou, em uma versão exclusiva inspirada em sua série vintage favorita, "Space Fleet".

Sem que ninguém saiba, Daly coletou o DNA de várias pessoas com quem trabalha, especialmente quem já o tratou mal no escritório. Através de uma máquina, ele consegue criar uma cópia de cada um deles, que viram personagens do jogo - no qual os papéis se invertem, e Daly comanda tudo.

Os funcionários a bordo do Callister, nome da nave principal de "Space Fleet", são subordinados e vivem de acordo com as vontades de Daly, embora tenham consciência de que estão presos e de que existe um mundo lá fora. Assim, para se livrar das maldades do comandante, eles executam um plano e conseguem apagar a versão do jogo.

Em entrevista ao "The Hollywood Reporter", o diretor do episódio, Toby Haynes, revelou que adoraria transformar "USS Callister" em uma série de TV, já que esse é provavelmente o melhor episódio-piloto para uma trama espacial. 

Como em "Black Mirror" muitos episódios são interligados, é capaz que outros diretores acabem retomando o universo do episódio, mas é fato que a história de Robert Daly merecia ganhar um spin-off exclusivo. Veja 5 motivos para que isso aconteça.

Série derivada de "USS Callister"

Referências escondidas

Que "USS Callister" tem uma clara inspiração em "Star Trek", todo mundo já sabe. As cores e o cenário são típicos da série clássica dos anos 80, mas além dessa referência, Haynes inseriu outras surpresas no episódio, que nem todo mundo reparou.

Outra saga que ganhou homenagens foi "Star Wars", usada para construir o cenário intergalático e a própria espaçonave. Além disso, o diretor inseriu participações especiais de dois atores, que podem ter passado batido: Kirsten Dunst, que está noiva do protagonista Jesse Plemons, apareceu como uma funcionária do escritório da vida real.

Já a última cena, na qual os personagens do jogo conseguem entrar na atualização do Infinity, surge a voz de um usuário anônimo, o Gamer691, que se diz "dono do espaço" e promete acabar com a nave Callister. O ator por trás do papel é ninguém menos que Aaron Paul, que contracenou com Plemons em "Breaking Bad". 

Trama pode continuar

A principal premissa para um spin-off acontecer é ter espaço suficiente para se sustentar fora da série principal, e isso, "USS Callister" tem de sobra. Explorar mais a vida real de Daly, o funcionário frustrado e excluído do escritório, pode ajudar a mostrar a construção do jogo e como ele utiliza os personagens para se vingar dos colegas, ainda que eles não saibam que foram inseridos na realidade virtual.

Além disso, no final do episódio, os personagens se libertam de Daly e acabam indo parar em outra versão do jogo. Se antes eles queriam ser apagados, para deixarem de ser prisioneiros, agora o poder subiu à cabeça, e eles parecem não querer parar mais. É outro aspecto que o spin-off poderia mostrar.

Elenco bem construído

Os atores escolhidos para "USS Callister" formam um elenco com bons personagens, entre principais e coadjuvantes, e todos eles são importantes no universo da trama. Quem se opõe às maldades e tiranias de Daly é Nanette Cole (Cristin Milioti), nova funcionária da empresa, que vai parar no jogo e monta o plano para destruir o vilão.

Ela representa uma liderança sensata, que enxerga o absurdo que é ser presa dentro de um jogo - claro, dentro do mundo ficcional de "Black Mirror" -, e não aceita as ordens de seu novo chefe. São opostos igualmente importantes, que levam o episódio ao já conhecido embate entre o bem e o mal.

Relevância da história

Como em todos os episódios da série, é possível identificar traços da realidade em "USS Callister", ainda que pareça distante de nós em um primeiro momento. Machismo no ambiente digital, abuso de poder e até assédio, com Daly beijando todas as funcionárias mulheres após vencer uma batalha, podem ser vistos como retratos do que acontece no dia a dia.

Exploração da realidade virtual

Outra característica comum em "Black Mirror" é mostrar a realidade virtual de várias formas, e já sabemos que algumas tecnologias da série existem na vida real. Em um spin-off de "USS Callister", seria possível analisar outros aspectos do mundo dos games, e como eles afetam os jogadores - como acontece com Daly no episódio.

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