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Lipo feita por Camila Loures trata doença confundida com obesidade: esta gordura não some com dieta

Entenda procedimento feito por influencer e por que objetivo é diferente da lipo comum
Publicado 13 Jan 2022 – 02:44 PM EST | Atualizado 23 Ago 2022 – 04:48 PM EDT
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Camila Loures Crédito: CamilaLoures/Instagram

No início de 2022, a influencer Camila Loures revelou ter feito uma lipoaspiração nas pernas, mas não pelos motivos que, em geral, levam pessoas a recorrer à cirurgia. Apesar de haver consequências estéticas no procedimento, a influencer o fez por ter descoberto lipedema, uma condição progressiva frequentemente confundida com obesidade e problemas linfáticos.

Famosa faz lipoaspiração nas pernas devido a doença

Em seu perfil no Instagram, Camila Loures compartilhou a notícia de que passou por uma lipoaspiração nas pernas. Recuperando-se do procedimento, ela explicou ter recorrido à operação devido ao diagnóstico de uma doença – e, ainda no Instagram, compartilhou um bate-papo com a esteticista Nany Mota para esclarecer melhor a situação.

“[Ela fez] uma lipoaspiração de lipedema feita por partes com cirurgiões especializados. Lipedema é uma doença progressiva que acomete muitas mulheres que não sabem que têm e é confundida com obesidade. É um pouco diferente, uma gordura diferente, precisa ser tratada com cautela”, explicou a profissional, que é especializada em tratamentos estéticos voltados para pós-operatórios.

Lipedema: o que é?

De acordo com informações da clínica Vascular.Pro divulgadas pela Associação Brasileira de Lipedema, esta doença é um problema crônico caracterizado por acúmulo de gordura especialmente nos membros inferiores. Apesar de se tratar de gordura, ela não diminui com mudanças alimentares ou exercícios físicos e, com o tempo, tende a aumentar, passando por diferentes níveis.

Entre os sintomas, o principal é o surgimento de massas de gordura em ambas as pernas de forma simétrica (que eventualmente podem se tornar grandes dobras sobrepostas) sem que os pés sejam afetados. Isso, no entanto, ocorre progressivamente, e nos níveis iniciais tudo o que se nota é uma aparência de “casca de laranja” na pele, bem como possíveis lipomas (nódulos de gordura) subcutâneos.

Além disso, esta doença também tende a gerar dor no tecido mole tanto em repouso quanto em movimento, perda de elasticidade da pele e cansaço. Ainda que haja a tendência a se acumular da cintura para baixo, formando uma espécie de “anel” no tornozelo, boa parte dos pacientes com lipedema também apresentam gordura nos braços.

Ao contrário da gordura normal, esta tende a ter uma textura fibrosa, e o surgimento do problema costuma dar seus primeiros indícios após grandes alterações hormonais, como puberdade, gravidez ou menopausa. Bem rara em homens, a doença afeta cerca de 11% das mulheres adultas segundo estimativa divulgada pela clínica.

Níveis

No nível 1 o lipedema ainda não causa alterações na pele, apenas inchaço nas pernas com tendência a diminuir com a elevação dos membros. Já no nível 2, há o surgimento de relevo evidente na pele, bem como a ocorrência de lipomas, eczema e erisipela. Neste nível, ainda considerado inicial, também há inchaço perceptível ao longo do dia, mas ele tende a melhorar apenas parcialmente com repouso.

O nível 3, por sua vez, caracteriza um estágio bem mais visível do lipedema. Aqui, o paciente tende a apresentar tecido gorduroso endurecido, fibrótico, com edema evidente e grandes massas de pele sobrepostas. No quarto e último nível, as massas ficam ainda maiores, pode haver comprometimento do sistema linfático (linfedema) e acometimento não só das pernas, mas dos braços, do peito e do torso.

Lipedema, linfedema ou obesidade

Apesar de estes três problemas gerarem um quadro aparentemente parecido, eles se diferenciam em alguns detalhes. Enquanto o lipedema gera depósitos de gordura e edema em pernas e braços, ele tende a não comprometer mãos e pés e é bilateral. O linfedema (comprometimento linfático), por sua vez, tem mãos e pés inclusos no quadro e não necessariamente bilateral. Já a obesidade é caracterizada por um depósito de gordura generalizado.

Causas

Embora as causas do lipedema não sejam plenamente estabelecidas, há grandes suspeitas de que o problema seja genético. Além disso, a doença também pode ser de origem metabólica, inflamatória ou hormonal.

Diagnóstico

O lipedema é identificado a partir do exame físico. Ao apalpar o tecido gorduroso, o médico pode avaliar a presença de nódulos, bem como a consistência dele, e ter esta doença como uma possibilidade. Além disso, exames de ultrassonografia, ressonância magnética e linfografia podem ser ferramentas usadas no diagnóstico de lipedema.

Complicações

Devido ao inchaço, o paciente pode sofrer de dor crônica, comprometimento progressivo da mobilidade e problemas linfáticos. Além disso, por atrapalhar a qualidade de vida em geral, o lipedema em estágios avançados pode estar ligado também ao surgimento de quadros psicológicos como depressão.

Tratamento

Não há cura para lipedema, mas, especialmente quando identificado nos primeiros dois estágios, a doença pode ser tratada de forma a reduzir os danos progressivos. É recomendado, por exemplo, controle de peso com alimentação balanceada e exercícios físicos, já que apesar de isso não reduzir o tipo de gordura gerado pela condição, ajuda a reduzir a gordura não lipedêmica, prevenindo o aumento da parte inferior do corpo.

Além disso, podem ser utilizados certos medicamentos e procedimentos como compressão, drenagem linfática e terapia de descongestão. Em alguns casos, a lipoaspiração é algo indicado – mas a cirurgia usada para lipedema não é uma lipo comum. É preciso, nestes casos, buscar especialistas específicos que conhecem as técnicas recomendadas para este tipo de gordura.

Saúde

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