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Pesquisadores testam novo DIU de cobre que diminui sangramento menstrual

Publicado 3 Set 2021 – 03:05 PM EDT | Atualizado 20 Abr 2022 – 11:17 AM EDT
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DIU de cobre Crédito: flocu/Getty Images/iStockphoto

Acessível, reversível e livre de hormônios, o DIU de cobre é um método contraceptivo que, assim como qualquer outro, pode causar efeitos colaterais, sendo o aumento da duração e da quantidade de sangramento menstrual um dos mais comuns.

Mas um novo DIU de cobre, atualmente em fase de testes, pode acabar de vez com esse problema.

Novo DIU que diminui sangramento menstrual

Testado por uma equipe internacional de cientistas coliderada por uma brasileira, o novo dispositivo intrauterino pode diminuir o sangramento menstrual quando associado a um medicamento chamado ulipristal.

Usado no novo DIU, o ulipristal modula o funcionamento da progesterona ao ligar-se no receptor desse hormônio, que é fundamental para o processo de gravidez e para regular o ciclo menstrual.

Fora do Brasil, o medicamento é adotado como pílula de emergência (contra contracepção) e para tratamento de mioma, explica Carolina Sales Vieira, professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP e uma das autoras da pesquisa.

"Nas duas situações, as doses são maiores do que as que nosso estudo propõe. Além disso, não encontramos nenhum efeito colateral grave, mas, para termos certeza da segurança desse novo DIU, outras fases de estudo são necessárias”, afirmou Carolina em entrevista ao Jornal da USP.

Estudo sobre novo DIU de cobre

Para realizar o trabalho científico, 29 mulheres saudáveis foram acompanhadas por um mês antes da colocação do novo DIU, três meses após o uso e dois meses depois da retirada.


Durante o período, as participantes fizeram um diário de sangramento e de cólicas menstruais e realizaram variados exames para verificar possíveis alterações hormonais e na ovulação com o uso do dispositivo.

“As voluntárias não tiveram efeitos colaterais importantes. Elas tiveram sangramento reduzido, demonstraram satisfação, mantiveram ovulação e os hormônios não foram alterados, além de não apresentarem alteração no fígado nem anemia”, disse Carolina.

Para que o novo DIU de cobre seja disponibilizado para as mulheres, ele deverá passar por outras duas fases de testes. Na etapa inicial, as doses da medicação foram avaliadas pelos pesquisadores, que indicaram aquela que possui maior eficácia e menor taxa de efeitos colaterais.

Os próximos passos envolvem testar o dispositivo com ulipristal em comparação com o DIU convencional e, após atingir os resultados esperados, passar para a última fase, que é o estudo da taxa de falha, ou seja, o quanto ele protege contra a gravidez.

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