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Quase sem voz, ex-Polegar grava depoimento após uma semana entubado por COVID-19

Publicado 18 Jun 2020 – 09:57 AM EDT | Atualizado 18 Jun 2020 – 09:57 AM EDT
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O ex-Polegar Alan Frank Schlang, que hoje em dia atua como médico oftalmologista, gravou um vídeo praticamente sem voz para mostrar como foi afetado pela COVID-19.

Em um relato forte, o ex-cantor agradeceu o apoio que recebeu nos últimos dias e alertou as pessoas sobre os perigos do novo coronavírus.

Ex-Polegar relata experiência com COVID-19

Conhecido por ter sido tecladista e vocalista do grupo Polegar, Alan Frank chamou atenção, nos últimos dias, por ter sido mais um brasileiro a entrar para as estatísticas da COVID-19 no Brasil.

O ex-Polegar publicou um forte depoimento no Instagram, em que fala dos efeitos da doença em seu corpo. Segundo o relato, gravado no último dia 12 de junho, o médico estava há uma semana internado no hospital e precisou ficar por um período na UTI.

Com dificuldade para falar e bastante emocionado, ele ainda utilizava muitos aparelhos para se alimentar e respirar durante a gravação do vídeo e avisou que sua saída do hospital dependia de muitos fatores, como reindependência para se alimentar, voltar a andar e deixar de contaminar pessoas ao seu redor.

A partir de sua experiência, Alan Frank aconselhou o público a dar mais valor à vida, à família e aos amigos e também aos cuidados com a COVID-19. Leia o relato do ex-Polegar:

"Já perdi a conta de quantos dias estou aqui, acho que são sete dias, oito. Não sei. Fiquei entubado uns seis ou sete dias. Estou reaprendendo a viver, a falar, a andar. Mas graças a Deus e toda equipe maravilhosa, estou melhorando bastante. Quero agradecer de coração a todos os funcionários, desde os funcionários que limpam direitinho os quartos e não ter nenhum detrito para a gente não machucar o pé, os técnicos de enfermagem, os enfermeiros, as fisioterapeutas, dentistas, médicos, todos são muito importante. Estou muito melhor. Vocês não têm noção. Eu tinha um acesso no pescoço com três vias. No braço era um medidor da pressão venosa central. Tenho um cateter de O2, além disso uma sonda para comida. Um monte de aparelho que estou ligado. Mas estou vencendo. muito obrigado, gente. Valorizem todos os momentos da vida. ela vale muito. Ela não é bens materiais, dinheiro. São momentos que a gente vive ao lado das pessoas que nós amamos, dos amigos de verdade, da família. se você tem amigos, nessas horas você vai enxergar o quanto eles são importantes. A gente acha que tem muito amigos, mas não tem não. A gente tem uns 5 amigos. Dá para contar nos dedos das mãos. Valorizem eles. E não deixem de passar momentos com eles. A gente tem tanta coisa e reclama tanto da vida e tudo o que eu queria era só viver. Não é fácil. Cuidado com esse vírus. Ele vem atropelando a gente igual a um trator. Não quero apavorar ninguém, mas não é fácil. Estou com uma sonda que vai no nariz até o estômago porque eu não estava comendo. O cateter para respirar, eu preciso ficar com ele por um tempo e a sonda talvez eu tire hoje. Mas eu preciso ficar aqui no hospital até aprender a andar, pegar força muscular, estou reaprendendo a comer e o principal: só vou poder sair quando for seguro e não por em risco a vida de ninguém. Então, gente, não tenham preconceito com ninguém que se curou. Porque se ela está curada, ela não transmite o vírus para mais ninguém. Aliás, é mais seguro estar com quem se curou do que com quem não se curou ainda. Quando se cura, você faz uma cicatriz sorológica. Na maioria das vezes, você faz um teste chama Igg Igm, que se você tiver essa cicatriz imunológica você não transmite [o vírus] para mais ninguém. Então não tenham preconceito e não hostilizem ninguém. Ninguém escolhe estar doente."

COVID-19

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