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“Foi angustiante dormir sem saber como ia acordar”, diz David Uip sobre coronavírus

Publicado 6 Abr 2020 – 02:09 PM EDT | Atualizado 6 Abr 2020 – 02:09 PM EDT
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Em 23 de março, o médico infectologista e coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, David Uip, foi diagnosticado com COVID-19 e, desde então, estava isolado para se cuidar. Nesta segunda-feira (6), ele retomou as atividades e, durante a coletiva de imprensa do governo de São Paulo, ele deu um depoimento forte sobre sua experiência com a doença.

David Uip faz relato sobre coronavírus

Em meio ao pronunciamento do governador de São Paulo, João Doria, Uip relatou como foi para ele vivenciar a doença, afirmando que, apesar de não ter apresentado comprometimento pulmonar no dia em que testou positivo para COVID-19, a pneumonia causada pelo vírus chegou em alguns dias – e a situação lhe gerou grande sofrimento.

“Há uma semana, eu voltei a fazer o exame e a tomografia. Nessa tomografia, apareceu a pneumonia. Este sentimento de você se ver, como médico, infectologista, com uma pneumonia, sabendo que muito provavelmente entre o 7º e 10º dia você ia complicar... Quero dizer a vocês que foi um sentimento angustiante. Você dormir não sabendo como ia acordar”, afirmou ele.

Além disso, ele também reconheceu a dificuldade do isolamento, mas incentivou a prática afirmando que achatar a curva epidemiológica (ou seja, o número de casos por dia) possibilita que os hospitais façam seu trabalho e, consequentemente, salvem vidas. Agora, curado, ele afirmou que deve modificar um pouco seu dia a dia em função da pandemia.

“Quero dizer ao governador que eu vou dividir meu tempo entre fazer o que estou fazendo, ajudando o senhor, e voltar a atender pacientes. Porque eu passo a ser um ativo que já passei pela doença. Tecnicamente, não me contamino de novo”, revelou o infectologista, ressaltando que se sente mais humilde e mais consciente sobre “os limites da vida”.

Além disso, o médico também se dirigiu a pessoas que estão negligenciando a própria saúde e a dos demais ao menosprezar a doença. “Não é brincadeira. Por favor, aqueles que estão subestimando, achando que não é nada, ou que é pouco, eu desejo ardentemente que não adoeçam. É um sofrimento muito grande”, explicou Uip.

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